Saúde: Secretário quer mutirão semestral nos hospitais

A Tribuna - Santos - Domingo, 24 de outubro de 2004

seg, 25/10/2004 - 10h05 | Do Portal do Governo

Da Reportagem

O secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, quer tornar semestral o Mutirão Estadual de Saúde, realizado ontem, pela primeira vez, em 40 hospitais da Capital, Interior e Litoral de São Paulo. Segundo o secretário, o próximo evento desse tipo, que tem como objetivo reduzir as filas de espera nas unidades, deve acontecer entre os meses de abril e maio.

Barata esteve em Santos ontem de manhã para acompanhar os procedimentos realizado no Hospital Guilherme Álvaro (HGA), única unidade gerenciada pelo Estado na região. Antes de chegar à Cidade, o secretário esteve em outros dois hospitais da Capital.

Acompanhado por médicos e diretores do HGA, Barata visitou as instalações da unidade e conversou com pacientes e mães de crianças que aguardavam atendimento.

Considerado um dos maiores mutirões da história no País, o evento reuniu mais de mil profissionais médicos e atendeu cerca de 15 mil pessoas em todo o Estado. Em Santos, 13 profissionais, entre cirurgiões, anestesistas e auxiliares de enfermagem realizaram cerca de 15 procedimentos, entre cirurgias e tomografias.

‘‘Os hospitais já realizam mutirões durante todo o ano. Mas pela primeira vez fizemos uma ação conjunta’’, disse o secretário.

Para o próximo evento, Barata pretende convidar a Federação das Misericórdias, a fim de agregar os hospitais filantrópicos, como as santas casas, e as administrações municipais de saúde, para ter a participação das unidades gerenciadas pelos municípios.
Espera

Segundo o diretor-técnico do HGA, Alberto Bedulatti Cardoso, na unidade, foram realizadas ontem oito laqueaduras, duas cirurgias de correção de lábio leporino, tomografias, entre outras. Todos os procedimentos foram agendados previamente.

Conforme Bedulatti, a média de espera para uma cirurgia no Guilherme Álvaro, onde são realizados cerca de 550 procedimentos por mês, é de 60 a 90 dias. Atualmente, cerca de 50 pessoas estão esperando para serem submetidas à laqueadura.

‘‘No HGA, fazemos mutirões pelo menos duas vezes por mês, quando são realizados de 10 a 15 procedimentos cirúrgicos, depedendo do porte da operação’’.

Lábio leporino

Com 8 meses de vida, Lívia esperava havia quatro meses para fazer a cirurgia de correção de lábio leporino. A mãe do bebê, Alessandra Rossi, estava ansiosa ontem para ver o resultado da cirurgia, minutos antes da sua filha entrar no centro cirúrgico.

‘‘A doença, que afeta uma a cada 700 crianças nascidas no País, deve começar a ser tratada nos primeiros dias de vida’’, explica o cirurgião plástico Fábio Luís Salota.

Cirurgião plástico do HGA, Mário Ricardo Nardo explica que o bebê nasce com fissuras no lábio devido à má-formação dos órgãos durante a gestação. ‘‘Se o problema não for corrigido quando a criança ainda é pequena, a doença pode provocar sequelas, como a perda da audição, problemas de fala, déficit nutricional, além do sofrimento com o preconceito’’.

Segundo os médicos, o ideal é realizar a cirurgia antes que a criança aprenda a falar.