São Sebastião tem maior risco de dengue

Folha de S. Paulo - São Paulo - Quarta-feira, 8 de dezembro de 2004

qua, 08/12/2004 - 12h03 | Do Portal do Governo

Em SP, município do litoral norte apresenta mais probabilidade de transmissão da doença, segundo ranking do Estado

MAYRA STACHUK
DA REPORTAGEM LOCAL

O município de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, apresenta o maior risco de proliferação de dengue em 2005.

O dado consta de um levantamento da Secretaria Estadual de Saúde que indica que, a cada cem imóveis pesquisados na cidade, foram achados 20,14 recipientes (como vasos, calhas e pneus) com focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

Além de São Sebastião, 19 cidades paulistas foram citadas pelo alto risco de transmissão da doença. Potim, a 170 km da capital, é a segunda com maior risco, com 13,59. O Guarujá também aparece na lista, com índice de 3,46. Dos 645 municípios paulistas, ao menos 500 têm algum foco do Aedes aegypti.

A metodologia usada no levantamento é denominada índice de Breteau e foi padronizada em 2002 pelo Ministério da Saúde como medidor da densidade de larvas do mosquito da dengue.

Este é o primeiro ranking com as cidades que apresentam maior risco de casos de dengue feito pela Secretaria Estadual de Saúde.

Para Dalva Marli Wanderley, da superintendência de controle de epidemias da secretaria, como houve queda nos casos de dengue registrados em 2004 em relação a 2003 – de 20.361 para 3.015 -, teme-se que as pessoas pensem que o problema está resolvido.

‘Em 2000, depois de conquistar uma relevante queda nos casos em relação ao ano anterior, a população relaxou e houve uma explosão da dengue em 2001’, disse. Em 2000 foram registrados 3.532 casos e em 2001, 51.668.

Verão

‘Este é o momento de intensificar as ações matando as larvas e evitando novos focos. Em janeiro, os mosquitos estarão adultos e aí será tarde’, afirma Wanderley.

Os meses de janeiro e dezembro são os mais críticos-um dos principais fatores da proliferação da dengue, segundo Dalva Wanderley, é o tempo quente e úmido.

A fêmea do Aedes aegypti gosta de colocar seus ovos em água acumulada. No calor, seu período reprodutivo fica mais curto e o mosquito se reproduz com maior velocidade. Além disso, a movimentação nas férias também ajuda a dengue a se espalhar. ‘É por isso que nossa principal preocupação é com o litoral’, diz Dalva.

A secretaria não tem equipes permanentes no combate à dengue nas cidades, mas afirma fazer um trabalho conjunto com as secretarias municipais.

No país, o número de casos de dengue caiu 90% nos últimos dois anos, segundo dados do Ministério da Saúde.