Wallace Nunes
São Paulo
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) assinou ontem, nos Estados Unidos, três contratos no valor de US$ 21,7 milhões para recuperar e criar estrutura para utilização turística da Mata Atlântica do estado. Em Washington, o governador tucano assinou um acordo de US$ 9 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para recuperar os parques estaduais.
A medida, segundo a assessoria de imprensa de Alckmin, é para estimular o ecoturismo na região de Mata Atlântica, onde o estado abriga hoje em torno de 60% deste tipo de vegetação de todo o País. O projeto para exploração do turismo prevê o aumento da fiscalização para preservação.
O governador também assinou um contrato no valor de US$ 5 milhões, cujo objetivo é dar mais eficiência aos programas sociais do estado. Para este contrato, o governador terá de desembolsar mais US$ 2,143 milhões como parte do acordo feito após ter se encontrado com o presidente do BID, Enrique Iglesias.
O governador de São Paulo recebeu uma doação de US$ 7,75 milhões do Banco Mundial (Bird) para o Projeto Estadual de Recuperação de Matas Ciliares nas Microbacias Hidrográficas de São Paulo. O dinheiro ligado ao Fundo Mundial do Meio Ambiente (GEF), será encaminhado progressivamente ao governo paulista e faz parte de um projeto de US$ 19,52 milhões para recuperar e preservar matas ciliares do Estado até 2009. A doação foi anunciada no ano passado e já está aprovada pela direção do Banco Mundial. A assinatura do acordo foi feita por Alckmin e pelo diretor do Bird para Projetos de Desenvolvimento Sustentável do Meio Ambiente na América Latina e no Caribe, John Redwood III.
Créditos de carbono
O governo paulista planeja usar as matas ciliares reflorestadas no mercado de créditos de carbono, recurso previsto pelo Protocolo de Kyoto, acordo internacional que entrou em vigor em fevereiro e do qual o Brasil faz parte. Projetos de pequena escala, de reflorestamento e conservação contam pontos dentro do mecanismo.
A Secretaria do Meio Ambiente deseja usar o carbono como compensador econômico para incentivar a expansão e o reflorestamento das matas nativas no entorno de rios e lagos. A intenção é chamar a participação de prefeituras, empresas, produtores rurais e ONGs.
Para investimentos em obras de infra-estrutura no estado o governador paulista negocia junto ao BID um novo aporte de recursos, mas as negociações ainda estão engatinhando e os investimentos devem ser aplicados em obras para a construção de novos ramais do Metrô de São Paulo.
(Gazeta Mercantil/Gazeta do Brasil – Pág. 14)