São Paulo tem número recorde de transplantes

Diário de S. Paulo - São Paulo - Quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

qui, 09/12/2004 - 13h30 | Do Portal do Governo

JAQUELINE FALCÃO

Aumento de transplantes de órgãos já é de 15% em relação a 2003. Hoje,14 mil pessoas aguardam doadores, segundo a Secretaria de Saúde

O número de transplante de órgãos no estado de São Paulo aumentou 15% em relação ao ano passado. Até 30 de novembro, 1.221 transplantes foram realizados. No ano passado, 1.062 órgãos foram transplantados. Hoje, há na fila 14 mil doentes aguardando um doador. Fígado e rins são os principais na lista única.

A Central de Transplantes, ligada à Secretaria Estadual de Saúde,atribuiu ao crescimento a maior conscintização das famílias doadoras e também a descentralização dos sete postos captadores de órgãos em hospitais por todo o Estado.

‘A seleção depende de vários fatores, como tipo sanguíneo. Só com este item, você já divide a lista em quatro. No coração, por exemplo, a idade e peso do doador precisam ser compatíveis com o receptor por causa do tamanho do órgão.’, explica o coordenador da Central de Transplante, Luiz Augusto Pereira.

Dos 1.221 transplantes feitos neste ano, 674 foram de rim (568 em 2003); 321 de fígado (289 no ano passado); 96 de coração; 117 de pâncreas e 13 de pulmão.

Pereira avalia que os hospitais estão acionando com maior intensidade as dez centrais de captação de órgãos, para informar sobre prováveis doadores. Hoje, existem dez centrais – quatro na capital – que funcionam em grandes hospitais como Santa Casa, Hospital das Clínicas (de São Paulo e Ribeirão Preto), Dante Pazzanese e Unicamp.

As centrais são responsáveis em localizar as famílias dos prováveis doadores, quando o paciente tem morte cerebral diagnosticada (o cérebro pára de funcionar, mas os órgãos vitais não).

‘Claro que no Interior existem mais dificuldades. Na Capital consegue-se um número muito maior de doadores. É importante que hoje a pessoa com vontade de doar os seus órgãos deixe muito claro o desejo para a família. Afinal, são os parentes que decidem e esta hora não é fácil, principalmente quando o doador em potencial é uma pessoa muito jovem’, detalha Pereira.

Na fila de fígado, onde há 3,200 doentes, o índice de mortalidade é maior, de acordo com Pereira. Isso porque, segundo ele, para o paciente que aguarda um doador de rim (hoje 9.500 pessoas), por exemplo, existe um
tratamento alternativo (diálise). ‘Para este caso, o índice de mortalidade é de 18%. Nos Estados Unidos e Espanha o número chega a 11%’, diz o coordenador da Central.