São Paulo sufocou a violência: O Estado modelo

Jornal Zero Hora - Segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

seg, 07/01/2008 - 12h48 | Do Portal do Governo

Jornal Zero Hora

Investimento em inteligência policial, informatização de ocorrências criminais e orçamentos bilionários na área da segurança pública reduziram pela metade a violência em São Paulo – tanto no Estado quanto na Capital.

Dados do DataSUS – banco de dados do Sistema Único de Saúde, tido por pesquisadores como uma confiável fonte de informações – revelam que os assassinatos no maior Estado do Brasil reduziram, entre 2000 e 2005, de 15.581 (58,48 por 100 mil) para 8.732 (25,8 por 100 mil) respectivamente. Fenômeno similar ocorreu na capital paulista.

Pelos cálculos da secretaria de Segurança Pública de São Paulo, os dois últimos anos (DataSUS ainda não disponibilizou os números) seguem a curva decrescente de homicídios: 15,11 por 100 mil em 2006, e 11,58 para 100 mil no ano passado.

– A meta para 2008 é chegar a 10 homicídios por 100 mil habitantes, tido pela Organização Mundial de Saúde como um número de país desenvolvido – diz o secretário Ronaldo Marzagão, advogado e procurador de Justiça aposentado.

Sucessivos governos de um mesmo partido (PSDB), que estabeleceram a segurança pública entre suas prioridades, e a criação do Infocrim – um sistema que tem como base um registro digital de ocorrência – estão no DNA da queda dos homicídios. A partir do Infocrim, detalha Marzagão, todas as ocorrências de um distrito são disponibilizadas em rede online. As informações orientam ações das polícias Militar e Civil.

– A inteligência é mais eficiente do que a força – fala Marzagão, que também foi oficial da PM.

Na área da investigação, um dos exemplos apresentados como bem sucedidos é a criação do Grupo Especializado de Atendimentos a Crimes. Composto por delegados, investigadores e peritos, as equipes formam “especialistas” em determinadas regiões: a equipe Leste trabalha na Zona Leste, a Norte, apenas na Zona Norte, e assim por diante.

– É o espírito do policiamento comunitário, inspirado no modelo japonês – conta Marzagão.

A última novidade do Estado que investe R$ 8,7 bilhões na segurança se chama Virada Social. Em áreas definidas como de Alto Interesse de Segurança Pública (Aisp) são realizadas operações policiais com 600 PMs ao longo de 90 dias. PMs cumprem mandados de prisão, estabilizam a área e conquistam a confiança da comunidade quebrando a estrutura criminosa do local.

– A polícia também fornece tratamento dentário, realiza exibições com os cães, com os cavalos, leva a banda da PM para apresentações. Isso é duplamente bom: a população local se vê respeitada pela polícia, e a polícia tem a sua auto-estima elevada – interpreta Marzagão.

Feito o trabalho repressor, parcerias com a prefeitura e organizações não-governamentais realizam ações sociais. No Jardim Elisa Maria, na Zona Norte, onde a primeira operação se realizou, entre março e outubro, houve redução de 72% nos homicídios, 18% nos roubos e 30% da criminalidade em geral.