São Paulo rastreia gado vindo do Paraná

Jornal da Tarde - Terça-feira, 25 de outubro de 2005

ter, 25/10/2005 - 11h20 | Do Portal do Governo

Defesa Agropecuária paulista examina 800 animais suspeitos em 24 municípios

José Maria Tomazela

Agentes da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo estão rastreando o gado proveniente do Paraná em sítios e fazendas de 24 municípios do Estado. O objetivo é verificar se os cerca de 800 bovinos transferidos para 17 fazendas paulistas em outubro apresentam sintomas da febre aftosa. Até a tarde de ontem, com mais de 60% das propriedades vistoriadas, não tinham sido encontrados animais com sintomas suspeitos, segundo o diretor do Grupo de Defesa Sanitária da CDA, Celso Alberto Gonçalves.

Apesar disso, as propriedades estão sendo interditadas preventivamente, ou seja, não podem movimentar para fora dos seus limites animais suscetíveis à aftosa, como bovinos, bubalinos, suínos, ovinos e caprinos. ‘Vamos monitorar esses plantéis até termos certeza de que estão efetivamente sadios’, disse. Gonçalves desmentiu a versão de que teriam surgido focos nas regiões de Assis e Dracena, no Oeste paulista. ‘Até agora, todo o gado examinado está aparentemente sadio’.

A inspeção relativa a esse plantel terminaria ainda ontem, mas a comunicação dos resultados ao CDA deve prosseguir até hoje. O rastreamento deve ser estendido, em seguida, a animais transportados do Paraná para São Paulo na segunda quinzena de setembro. O trabalho tornou-se necessário depois do surgimento de focos suspeitos no Estado vizinho – 19 animais de 4 propriedades apresentaram sintomas. Desde sexta-feira, 40 propriedades do Paraná estão interditadas porque receberam animais da zona interditada no sul do Mato Grosso do Sul, onde a aftosa foi confirmada nos municípios de Eldorado e Japorã. Os animais foram vendidos dia 4, durante a Eurozebu, promovida pela Sociedade Rural do Paraná, com sede em Londrina. Entre os lotes, havia 40 bovinos procedentes da fazenda Vezozzo, em Eldorado, onde o rebanho de 582 cabeças foi abatido. Esses animais foram levados para propriedades em Itapetininga, São Carlos e Restinga, todas já interditadas.

Mas o rastreamento não se restringe a esse plantel. A fazenda Lígia, do criador Valdevino Silva, em Itararé, Sudoeste paulista, foi interditada porque ele adquiriu 4 animais de elite num leilão em Curitiba, dia 7. São 4 adultos e 1 bezerro de custo elevado. Ontem, o pecuarista foi informado de que não poderá movimentar seu rebanho, embora o gado não apresente sinais da doença.

‘Acho certo, para que arriscar?’, disse. Desde o aparecimento dos focos suspeitos, o trânsito de animais suscetíveis entre os dois Estados está proibido.

Também não passam do Paraná para São Paulo carne, leite e outros subprodutos. A Defesa Agropecuária montou barreiras ao longo da divisa e estabeleceu quatro corredores sanitários com postos de controle e desinfecção em Itororó do Paranapanema, Ourinhos, Itararé e Barra do Turvo.

Veículos que transitam pela rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo a Curitiba, estão sendo inspecionados.