Fernando Canzian, de Washington
Folha de S. Paulo – 11 de junho de 2003
Verba do Banco Mundial vai financiar a linha 4
O governo do Estado de São Paulo obteve em Washington um empréstimo de US$ 209 milhões (cerca de R$ 585 milhões) do Banco Mundial para a construção da linha 4 do metrô paulistano.
O dinheiro novo vai complementar parte do US$ 1,26 bilhão previsto para o projeto, que deve interligar as três linhas de metrô já existentes (norte-sul, leste-oeste, Paulista-Vila Madalena) à rede de trens urbanos da capital.
Com o empréstimo, o Estado já tem US$ 743 milhões em caixa para a obra (somando outros US$ 209 milhões obtidos do governo japonês e mais US$ 325 milhões em recursos próprios).
Segundo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, serão abertas no próximo dia 24 as propostas das empreiteiras interessadas em participar da obra.
Em uma segunda fase, daqui a 18 meses, haverá uma licitação para buscar interessados em concluir as estações. O prazo total estimado para a finalização da obra é de 44 meses.
Será a primeira vez desde o início das obras do metrô, no final dos anos 60, que o setor privado entrará em uma parceria na área. A garantia do investimento será dada pela remuneração da tarifa cobrada na nova linha.
A linha 4 do metrô terá inicialmente cinco estações: Luz, República, Consolação, Pinheiros (descendo pela av. Rebouças) e Butantã -onde será conectada à rede estadual de trens. Depois, serão construídas mais seis estações ao longo do trecho. No total, a linha 4 terá 12,8 km, que vão se somar aos 59 km hoje em operação.
Alckmin afirma que a decisão de abrir o metrô para a iniciativa privada foi tomada devido aos custos da obra e da necessidade de expansão do serviço na capital. ‘São Paulo está enfartada pelo trânsito, e a única alternativa é o transporte de massa’, diz.
O governador paulista chegou ontem a Washington para reuniões no Banco Mundial e no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Também participa hoje de um seminário sobre oportunidades de investimentos na América Latina.