São Paulo espera tornar-se o pólo de atração de investimentos estrangeiros para a Copa do Mundo de 2014. “Se é verdade que são raros os investidores neste momento de crise, é verdade também que São Paulo é a menina dos olhos dos investimentos no Brasil”, afirma o coordenador da Comissão Paulista para Organização da Copa e presidente da São Paulo Turismo (SP Tur), Caio Luiz de Carvalho.
Os investimentos em infraestrutura para a cidade-sede e seu entorno, até 2014, envolvem cerca de R$ 33 bilhões, distribuídos entre município, Estado, União e iniciativa privada. “Contamos com uma infraestrutura invejável e o maior problema da cidade, a mobilidade urbana, será resolvida com a série de intervenções a serem realizadas pela Prefeitura e pelo Governo do Estado”, enfatiza Carvalho. “Cerca de 19 obras ligadas à mobilidade urbana que já estavam previstas serão apressadas, antecipadas e concluídas antes da Copa.”
Mesmo contando com recursos privados para a realização dos empreendimentos, o presidente da SP Tur afirma que a capital não entrará em guerra fiscal com outras sedes para seduzir investidores. “O que não se quer, com a Copa, é estimular uma competição que só serviria a interesses estranhos”, salienta.
Para enfatizar a capacidade paulista de atrair investimentos, Caio cita como a exemplo a oferta de 42 mil quartos de hotel oferecidos pela capital que, quase sozinha responde, à exigência da Fifa para todo o país, de 50 mil leitos. “Teremos, em 2014, uma oferta de 50 mil quartos”, projeta o presidente da SP Tur. “Nossa frota de táxi, com 32 mil veículos, equivale à da cidade de Nova York”, adiciona.
A capital paulista também almeja abrigar o Centro de Imprensa da Fifa, durante a Copa, uma forma de reforçar a imagem de força econômica da cidade e que dispõe de alta tecnologia.
Uma das principais apostas da Prefeitura e do Governo do Estado está na execução de projetos de Parceria Público-Privada (PPP). Entre os poucos empreendimentos dessa categoria em andamento no país, destaca-se a Linha 4-Amarela do Metrô, interligando a Estação da Luz à Vila Sônia e que contará com a Estação São Paulo-Morumbi, posicionada à 1.180 metros do estádio.
“A Linha 4 é das poucas PPPs de vulto efetivas, ainda que algumas dificuldade, mas que está andando. É um modelo que pode ser aprofundado e repetido por outras cidades”, analisa o vice-presidente executivo da Abdib e coordenador do grupo de trabalho da Copa 2014, Ralph Lima Terra.
O Governo do Estado também já estabeleceu entendimentos com a Infraero para a construção do Terminal 3 do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, e ampliação do Aeroporto de Viracopos, em Campinas. “Até 2013, para abrigarmos a Copa das Confederações, Cumbica terá sua capacidade elevada dos atuais 20 milhões de passageiros/ano para 30 milhões, enquanto Viracopos sairá de 1,5 milhão de passageiros/ano para 8 milhões”, relata Carvalho.
Para a Copa, a expectativa da Comissão é de que 500 mil turistas venham à cidade, dos quais 130 mil estrangeiros. Também é aguardado com grande expectativa pelos Estado e município o lançamento do edital, pelo governo federal, para construção e operação do Trem de Alta Velocidade (TAV) interligando as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
A informação que temos é que o trem-bala tem o aval dos governos federal, do Rio e de São Paulo e que o edital de licitação sairá no segundo semestre.”
Empresas de consultoria estimam que o empreendimento poderá custar cerca de US$ 20 bilhões, embora a previsão inicial do governo fosse da ordem de US$ 11 bilhões. Investidores chineses já manifestaram interesse na obra, prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O desejo do governo federal seria de transferir à iniciativa privada a construção e operação do trem.
Em princípio, o projeto deve contemplar a construção de sete estações: Campo de Marte, na zona norte de São Paulo; Cumbica (Guarulhos); Viracopos (Campinas) e São José dos Campos; Volta Redonda, Galeão e Central do Brasil, no Rio.
