São Paulo deve acelerar o ritmo de certificação para exportadores

Valor - 28/5/2003

qua, 28/05/2003 - 9h32 | Do Portal do Governo

Gustavo Faleiros


De São Paulo

O governo do Estado de São Paulo pretende intensificar a certificação de procedimentos produtivos de setores com maior potencial exportador. Se teme que exigências técnicas, fitossanitárias e ambientais dos países desenvolvidos prejudiquem as vendas de produtores paulistas.

A fruticultura e a pecuária seriam segmentos que necessitariam passar pelo trabalho, informou ontem a secretaria estadual de Desenvolvimento no seminário Ecoeficiência: Instrumento para o Desenvolvimento Sustentável, organizado pela Fiesp e pelo Instituto para o Desenvolvimento Socioambiental (Idesa).

O diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp Mário Hirose atentou também para o problema de normatização técnica de embalagens, quesito que já começa a ser cobrado por países asiáticos, como Japão e Coréia. Segundo ele, além do tradicional certificado de qualidade ambiental, ISO 14000, as empresas podem ser obrigadas a apresentar análises de ciclo de vida dos produtos – quanto tempo levaria a biodegradação.

O secretário de Desenvolvimento, João Carlos Meirelles, afirmou que o governo estadual está mobilizando suas três universidades (Unesp, Unicamp e USP) e 19 centros de pesquisa para intensificar a capacidade de certificar cadeias produtivas como um todo. ‘Hoje não basta certificar o produto final, o que se pede são informações sobre a semente até o momento que ela chega ao prato’.

Uma das razões para se agilizar a certificação de alguns segmentos é, segundo Meirelles, a lei americana que exigirá comprovantes de origem de toda a cadeia de produtos alimentícios. A regulação que passará a vigorar em dezembro é uma medida de combate ao bioterrorismo. Os segmentos mais bem estruturados na questão de certificados ambientais são, segundo o assessor da secretaria de Desenvolvimento, Lourival Mônaco, os de açúcar e grãos.