Lilian Satomi, de São Paulo
São Paulo prepara-se para ter seu segundo corredor de exportação a pleno vapor dentro dos próximos cinco anos, informa Dario Rais Lopes, secretário de Transportes do Estado de São Paulo. De acordo com ele, esse segundo corredor – que compreende as regiões de Campinas, Vale do Paraíba e litoral norte – vai complementar o já existente corredor do Porto de Santos. Para isso, uma série de investimentos estão sendo aplicados nos últimos quatro anos. ‘São mais de R$ 50 milhões investidos em várias melhorias. Prolongamos a Via D. Pedro II – entre a Via Dutra e a Rodovia Carvalho Pinto -, fizemos a terceira faixa da Serra dos Tamoios e duplicamos 14 dos 17 quilômetros existentes entre as cidades de Caraguatatuba e São Sebastião’, diz Lopes.
No final do corredor está o Porto de São Sebastião, onde atualmente estão sendo investidos R$ 2,5 milhões em reforma de armazéns, recuperação do pátio e construção de novos ‘dolphins’ (estrutura de concreto para amarração de navios), além do novo sistema de segurança. ‘Queremos que o porto fique dentro do padrão internacional tanto no espaço físico quanto na parte operacional’, afirma o secretário. ‘Nos próximos cinco anos, São Sebastião deverá movimentar um volume superior a 3 milhões de toneladas anuais. Atualmente, movimenta apenas 400 mil toneladas por ano. É pouco, se comparado com as 60 milhões de toneladas anuais no Porto de Santos’, completa.
Mas os planos para o Porto de São Sebastião não param por aí. Existe um projeto de ampliação do porto que consiste na construção de uma ponte, dois píeres e o aumento de calado (passará de 8,5 metros para 14 metros). ‘Tudo isso vai demandar cerca de R$ 50 milhões fora os equipamentos. Mas espero que esse investimento seja feito pela iniciativa privada, já que em maio vamos apresentar o plano de concessão do porto’, diz Lopes.
Além de toda parte de infra-estrutura rodoviária e portuária, o Governo do Estado busca também alternativas em ferrovia e aeroporto. ‘Estamos conversando com a MRS Logística para tentar constituir um terminal intermodal rodoferroviário em São José dos Campos e com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – Infraero – para reativação do aeroporto de São José dos Campos.
Porto de Santos
Com mais de um mês de atraso, a Companhia Docas do Estado de São Paulo – Codesp – divulgou ontem os dados de movimentação do Porto de Santos de fevereiro. No total, o porto movimentou 4.325.684 toneladas em fevereiro, sendo 2.889.078 toneladas de exportação e 1.436.606 toneladas de importação. Na comparação de fevereiro de 2004 com o mesmo período de 2003, a exportação foi 41,98% maior e a importação, 11,40% menor. Entre os produtos de exportação, os destaques ficam por conta da soja em grão, que superou 234,87% o valor registrado em fevereiro de 2003 – passou de 111.691 toneladas a 374.019 toneladas – e o açúcar, que subiu 190,46% – foi de 196.497 toneladas para 570.763 toneladas. Na importação, o enxofre aumentou 114,62% – passou de 70.375 toneladas para 151.036 toneladas – e o sal, com um acréscimo de 106,40% – foi de 37.500 toneladas a 77.400 toneladas.
No acumulado do ano, o total é de 9.062.556 toneladas – com 5.836.189 toneladas de exportação e 3.226.367 toneladas de importação -, 24,66% acima do registrado no mesmo período de 2003. Nos dois primeiros meses do ano, o produto que mais se destacou foi a soja em grão, que aumentou em 258,06% – de 177.853 toneladas foi para 636.817 toneladas.
Entretanto, na movimentação de cargas por contêineres, o mês de fevereiro registrou baixa de 13,29%. Foram 98.751 TEUs (unidades equivalentes a 20 pés) em fevereiro de 2004 ante os 113.887 TEUs de fevereiro de 2003.
