Em vez de pavilhões largos, com grades visíveis, o novo Centro de Detenção Provisória (CDP) anunciado pelo governo terá dois prédios e janelas fechadas com barreiras de concreto, que regularão a ventilação e a iluminação nas celas. O início das obras da primeira unidade vertical do Estado, em São Bernardo, foi autorizado ontem pelo secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa.
O CDP terá capacidade para abrigar 576 detentos da cidade, que hoje estão em outros locais do ABC e da capital por causa da interdição da delegacia pública de São Bernardo. Nesse distrito, que passou por várias rebeliões, foram encontrados mais de 50 túneis.
‘A unidade vai facilitar o trabalho da polícia, que hoje mobiliza grande efetivo sempre que um detento que está em outro município é convocado para audiência em São Bernardo’, disse Furukawa. ‘Com o CPD, esses homens serão liberados para o policiamento e o risco de fuga de presos vai cair.’
As condições de segurança da prisão vertical, que deve ficar pronta em oito meses, são as mesmas de uma unidade com arquitetura convencional. No primeiro prédio, funcionará a parte administrativa, com espaço para revista de visitantes e realização de audiências, evitando a remoção de detentos. No outro edifício ficarão os presos. O térreo será destinado a atendimentos e as celas estarão distribuídas entre o 1º e o 3º pavimentos. O banho de sol será feito no piso superior, monitorado a partir de salas de controle.
Carla Miranda
