Valéria Cabrera
Até o fim deste ano, as Prefeituras de Santo André, Mauá e Rio Grande da Serra devem estar conectadas ao Infocrim (Sistema de Informatização contra o Crime), um sistema que coleta de informações sobre ocorrências criminais que coloca os dados em uma rede de computadores e que é instalada nas prefeituras. No Grande ABC, somente Diadema tem acesso às informações sobre crimes disponibilizadas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. A conecção começou na quinta-feira da semana passada. O sistema está disponível para as prefeituras desde junho do ano passado.
Na Região Metropolitana de São Paulo, o Infocrim está em funcionamento em outras três cidades: São Paulo, Guarulhos e Mogi das Cruzes. São Bernardo e Ribeirão Pires informaram que aguardam o aperfeiçoamento do sistema para depois instalá-lo.
O capitão João Sidney de Almeida, secretário-adjunto da Secretaria de Combate à Violência Urbana de Santo André, explicou que a documentação necessária para a assinatura do convênio com o Estado foi enviada há cerca de um mês para a ATP (Assessoria Técnica Policial), órgão da Secretaria Estadual de Segurança Pública. “Estamos esperando o aval para a assinatura do convênio”, explicou.
Segundo Almeida, Santo André já possui os equipamentos para iniciar o processo, faltando apenas treinar o pessoal responsável pelo acesso. “Espero estar conectado ao Infocrim dentro de três meses no máximo”, afirmou.
Mauá e Rio Grande da Serra informaram que já assinaram os convênios com o Estado. De acordo com a assessoria de imprensa de Mauá, o município aguarda o término do processo de licitação para escolha da empresa de telefonia que irá fornecer a linha exclusiva para a transmissão de dados para começar a receber as informações.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Rio Grande da Serra informou que está sendo feito um estudo para levantar qual o investimento necessário na compra de equipamentos. Além da linha telefônica, o município vai precisar comprar os computadores. A expectativa é que em outubro seja feita a compra dos equipamentos e que até o fim do ano tudo esteja instalado e funcionando.
São Bernardo e Ribeirão Pires estão um pouco mais longe de assinar o convênio para acessar os dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública. A Guarda Municipal de São Bernardo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que aguarda o aperfeiçoamento do Infocrim e das informações a serem disponibilizadas aos municípios para depois instalá-lo no município.
“As informações disponibilizadas pelo sistema são poucas perto do investimento que teremos de fazer”, justificou o capitão Alaes da Silva, comandante da Guarda Municipal de Ribeirão Pires. Apesar da afirmativa, ele não soube dizer quanto a Prefeitura gastaria com o sistema.
O Diário entrou em contato com a Prefeitura de São Caetano, mas não conseguiu informações sobre como está o processo no município de conecção com o Infocrim.
Sistema custa R$ 900 mensais
A Prefeitura de Diadema, que começou a ter acesso ao Infocrim desde a semana passada, informou que vai gastar R$ 900 mensais com telefonia. Os três computadores usados já eram da Prefeitura e as quatro pessoas que operam o Infocrim já faziam parte do quadro de funcionários da Guarda Municipal. Os quatro faziam o trabalho braçal de verificar cada boletim de ocorrência registrado nas delegacias da cidade para, depois, transformá-los em dados estatísticos.
Para a coordenadora de Defesa Social da Prefeitura de Diadema, Regina Miki, o investimento é pequeno perto do benefício para o município. “Com esses dados podemos implementar ações sociais nos pontos de maior criminalidade”, justificou.
Atualmente, a Prefeitura de Diadema tem acesso a todos os crimes – tipo, horário e local dos acontecimentos. A partir da próxima segunda-feira, receberá também do Estado os relatórios, com informações sobre as vítimas e os acusados, além de como foi o crime.
Todos os municípios da Região Metropolitana de São Paulo já investiram um total de R$ 87,9 mil na implementação do Infocrim, uma contrapartida à verba liberada pelo governo federal, de R$ 439,7 mil. As cidades com até 100 mil habitantes, como é o caso de Rio Grande da Serra, colaboraram com R$ 1,4 mil. As outras investiram R$ 2,8 mil.
