Saneamento na região

A Tribuna - Santos - Segunda-feira, 14 de junho de 2004

seg, 14/06/2004 - 9h14 | Do Portal do Governo

EDITORIAL

Trata-se de um projeto de longo prazo, cujos efeitos virão também gradativamente, mas provavelmente será o mais importante realizado na Baixada Santista nas últimas décadas, tanto por sua abrangência quanto pelos grandes benefícios que trará para a população. Assim deve ser definido o conjunto de obras de saneamento básico que o Governo do Estado através da Sabesp, realizará nos nove municípios da região, em particular no tocante à coleta e tratamento de esgotos. A previsão é de que, quando os trabalhos estiverem concluídos, a rede cobrirá 95% dos imóveis da Baixada, o que representará um avanço extraordinário, em comparação com o índice de 53% registrado atualmente. O abastecimento de água será igualmente ampliado e modernizado em toda a faixa litorânea, bem como se dedicará um cuidado especial à preservação dos mananciais. No total, o programa – que custará mais de R$ 1 bilhão, abrangendo recursos japoneses e do próprio Governo Estadual – atenderá diretamente a cerca de 2,5 milhões de pessoas, entre habitantes fixos e turistas, o que comprova o seu enorme alcance.

É o tipo de investimento compensador não apenas pelos ganhos que proporcionará à sociedade, em termos de evolução das condições sanitárias e de melhoria da qualidade de vida. Obtido esse resultado, certamente diminuirão as despesas públicas com assistência à saúde, permitindo ao Estado dispor de mais verbas para aplicar em outros setores prioritários. Aqui na Baixada Santista, como se sabe, existem núcleos carentes – e que aliás não param de crescer – nos quais o déficit de saneamento se apresenta em padrões dramáticos. É o que acontece nas periferias densamente povoadas de todas as nossas cidades, inclusive em Santos, onde, além das favelas, a situação peculiar dos morros sempre foi um complicador das soluções do problema. Atacada essa fonte de poluição, uma de suas conseqüências será a substancial melhoria da balneabilidade das praias, para o que concorrerá, em paralelo, limpeza dos rios Casqueiro e Cubatão, ambos, hoje, bem perto de serem considerados autênticas cloacas.

O contrato para a vinda do dinheiro do Japão, segundo o governador Geraldo Alckmin anunciou na semana passada, será assinado no começo de julho. Como os projetos já estão prontos, será então aberta a licitação das obras, no sentido de que elas possam ter início proximamente, e seguir, sem interrupções, os cronogramas fixados. Para a Baixada Santista, será sem dúvida um largo avanço à medida em que, equacionado o passivo sanitário, se poderá direcionar recursos e energias a outros objetivos que ainda precisam ser concretizados em favor do desenvolvimento social da região, e principalmente das classes de menor renda, nos diferentes campos.