Sai 1º acordo para esgoto em São Paulo

O Estado de São Paulo - Quinta-feira, dia 14 de stembro de 2006

qui, 14/09/2006 - 11h03 | Do Portal do Governo

Em 2 meses, cidades devem chegar a entendimento com Sabesp para tratar Tamanduateí

Sérgio Duran

Enquanto a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do ABC está ociosa – tem capacidade para tratar 3 mil litros por segundo e cuida de apenas 700 -, o Rio Tamanduateí transporta entre 1,5 mil e 2 mil litros de esgoto in natura por segundo para o Rio Tietê. A mudança dessa triste e mal cheirosa realidade, que resiste há 30 anos, ganha impulso nesta semana.

Segundo o engenheiro Paulo Massato, diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a empresa responsável pelo esgoto de Mauá, a Ecosama, assinou contrato de convênio para tratar seu esgoto na ETE do ABC, vizinha à Favela Heliópolis, na zona sul. Mauá deverá ser a primeira cidade da região a aderir ao Projeto Tietê. ‘Na verdade, todos os outros municípios estão em negociação. Tudo pode ser concluído em dois meses. Estamos otimistas’, afirmou Massato.

A Sabesp e a Ecosama de Mauá prevêem uma cerimônia para comemorar o convênio no fim de semana. As cidades que estão mais perto de fechar acordo com a Sabesp são Diadema, que tem autarquia municipal para cuidar do esgoto, e a Semasa, de Santo André.

O acordo põe fim a uma queda-de-braço de três décadas entre os municípios do ABC paulista e a Sabesp. Para alguns, a construção da ETE não era o suficiente. Caberia à estatal paulista fazer também a ligação entre a rede de cada município e a estação.

Por meio da Assessoria de Imprensa, a Ecosama diz que a Sabesp começou a investir na construção de coletores-tronco em 2003. Em três anos, Santo André passou a enviar 40% do esgoto da cidade para tratamento, e tem como meta atingir 70% até 2008. A previsão, segundo a Assessoria, é o que foi estabelecido no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual (MPE).

PREÇO

De acordo com Massato, a Semasa foi a que mais questionou o preço cobrado pela Sabesp nas estações de tratamento – R$ 0,62 por metro cúbico de esgoto (mil litros). ‘Eles chegaram a pedir nossas planilhas e contrataram auditoria para analisá-las. Chegaram à conclusão de que o valor é até baixo’, afirmou Massato.

O engenheiro disse não ser possível estabelecer um prazo para que o Rio Tamanduateí volte a ter água limpa. ‘Depende de algumas obras demoradas e caras, que podem levar mais de dez anos para serem concluídas e dependem de o poder público ter capacidade de investimento, coisa difícil atualmente.’