Sabesp firma primeiro contrato de venda de tecnologia

VALOR A Sabesp fechou ontem o primeiro contrato de prestação de serviços e transferência tecnológica remunerada a uma outra empresa de saneamento de fora do Estado de São Paulo, iniciando […]

ter, 13/01/2009 - 11h03 | Do Portal do Governo

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A Sabesp fechou ontem o primeiro contrato de prestação de serviços e transferência tecnológica remunerada a uma outra empresa de saneamento de fora do Estado de São Paulo, iniciando o que espera ser uma nova área de atuação para a companhia. Por R$ 1,8 milhão, a empresa vai instalar um sistema de automação de pequenas estações de tratamento de água para a Cesan, a companhia de saneamento do Estado do Espírito Santo.

Apesar do valor baixo em relação a sua receita anual, de cerca de R$ 7 bilhões, o contrato firmado com a Cesan é emblemático para a companhia. Resultado direto das mudanças na legislação do setor com a entrada em vigor da nova Lei de Saneamento, o acordo firmado com a estatal capixaba é o início prático de um projeto do governo paulista para transformar a Sabesp em uma empresa de atuação nacional e internacional.

Além de todo o serviço de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto, a Sabesp também quer, cada vez mais, ser uma fornecedora de tecnologia e equipamentos para o setor. Principal empresa de seu segmento, a companhia acredita ter um amplo leque de produtos que podem interessar companhias de outros Estados e mesmo de outros países. “Há um mercado imenso a ser explorado, que antes era impossível de ser acessado pela Sabesp por conta da legislação”, diz Marcelo Salles, diretor de tecnologia da empresa.

No caso do Espírito Santo a Sabesp está vendendo o Aqualog, um sistema de automação de pequenas unidades de tratamento de água. Por meio de um software e a adaptação de equipamentos, as unidades podem ser controladas de forma remota, a partir de uma central, sem a necessidade de técnicos 24 horas no local. “Os custos de pessoal nessas estações são enormes, com nosso sistema tudo pode ser feito a partir de uma central, desde a análise da água até a definição da dosagem dos químicos que serão usados”, diz Salles.

O executivo não faz previsões sobre quanto da receita da empresa pode vir de negócios como esse, mas diz estar extremamente otimista. Hoje a Sabesp considera ter uma série de processos, softwares e tecnologia que podem ser vendáveis a outras companhias do setor. Entre eles estão processos de controle de perdas de água na distribuição até sistemas de reaproveitamento de águas que são rejeitadas pela indústria. “O leque é amplo e o mercado gigantesco”, diz o executivo, de olho em outros países do continente.

O processo de venda da Sabesp é antecedido por um acordo de cooperação tecnológica, sem remuneração. Foi assim com o Espírito Santo e está sendo assim com as estatais sergipana e gaúcha. Ainda este ano a companhia deve firmar acordo semelhante com o Maranhão. Na última semana a Sabesp firmou o mesmo tipo de acordo com a empresa de saneamento da Costa Rica, sua primeira incursão internacional. Em todos os casos a ajuda não é exatamente de graça. A companhia espera lucrar com a venda de tecnologia e produtos.