Sabesp decide emitir R$ 600 milhões de debêntures em setembro

Gazeta Mercantil - Quinta-feira, 5 de agosto de 2004

sex, 06/08/2004 - 9h41 | Do Portal do Governo

Altamiro Silva Júnior, de São Paulo

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) prepara a emissão da primeira tranche de debêntures de um programa que prevê o lançamento de R$ 1,5 bilhão em dois anos. No início de setembro, a empresa vai emitir R$ 600 milhões.

Segundo Sérgio Tuffy Sayeg, superintendente de captação de recursos e relações com investidores da Sabesp, os recursos captados na operação serão usados para a liquidação de uma emissão de debêntures (que vence em setembro) e de notas promissórias já emitidas.

Os R$ 600 milhões serão distribuídos em três séries: a primeira, com prazo de três anos, vai render a variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) mais uma taxa de juros; a segunda e terceira serão corrigidas pela variação do IGP-M acrescida dos juros, com prazos de cinco e seis anos, respectivamente. No início de setembro acontece o ‘book-building’ – leilão que vai definir os juros e a quantidade alocada em cada série, de acordo com o interesse dos investidores.

A operação terá garantia firme de cinco bancos: Unibanco, Santander, Banco do Brasil, Bradesco e ABN Amro Banco Real. Isso garante que, se os papéis não forem totalmente comprados pelo mercado, as cinco instituições garantem a aquisição dos títulos. ‘Isso mostra a confiança dos bancos na operação’, diz Sayeg. Na terça-feira, a Sabesp entrou com pedido de registro da operação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A previsão é que o total de R$ 1,5 bilhão seja emitido em dois anos, em debêntures (não conversíveis em ações) e/ou notas promissórias. A proposta foi aprovada pelo Conselho de Administração da Sabesp no mês passado.

Este ano, a CVM já aprovou 18 emissões, com um total de R$ 4,3 bilhões. Há ainda 13 lançamentos em análise, equivalentes a R$ 3,9 bilhões.

Além das debêntures, a Sabesp divulga nos próximos dias o nome de um grupo de bancos que vai analisar a empresa e sugerir o destino das ações excedentes que o Estado de São Paulo tem na companhia. As duas possíveis opções são a venda das ações no mercado ou o uso dos papéis como garantia para a obtenção de empréstimos no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O governo paulista tem 20,4 bilhões de ações ordinárias (ON) da Sabesp (71,5% do capital) e quer se desfazer de 21,5%. Os consórcios que disputam a operação são: Citibank/Unibanco, Goldman Sachs/Santander, Morgan Stanley/Itaú e UBS/Banco do Brasil.