Sabesp conclui plano de longo prazo e foca em gestão e resultado

Valor Econômico - Quarta-feira, 25 de abril de 2007

qua, 25/04/2007 - 12h50 | Do Portal do Governo

Valor Econômico

A Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) terá um plano estratégico para o período de 2007 a 2010 focado em metas claras que devem ser perseguidas de maneira integrada por todo o corpo da empresa. Focado em resultado, o plano aproxima a companhia de uma gestão privada. O presidente da estatal, Gesner de Oliveira, destaca que para isso foram necessárias algumas mudanças na empresa, entre elas a criação da superintendência de Planejamento Integrado e adoção de nova ferramenta de gestão, a Gestão de Valor Agregado (GVA).

“O que queremos é a mobilização de toda a empresa na busca dos resultados. Que do presidente ao porteiro, todos tenham uma visão do que é a Sabesp e de quais são os objetivos”, afirma. Em contrapartida, a companhia vai adotar novo sistema de remuneração em que parte do salário estará atrelado ao cumprimento de metas.

Dentre as principais metas para 2010 estão a redução das perdas de água em 20% – hoje são perdidos 511 litros por ligação/dia; passar a coleta de esgoto de 78% para 86% dos domicílios, e destes, que o tratamento passe de 63% (18,49 metros cúbicos por segundo) para 76% (27,7 metros cúbicos). Manter a universalização do abastecimento de água é outro desafio, que vai requerer a expansão de 900 mil ligações até 2010. Esses números são as últimas conclusões da estatal de uma reunião para definição do programa de metas que ainda devem ser reavaliadas pelos demais diretores e superintendentes. A publicação oficial do plano está prevista para o início de maio.

Na gestão, haverá a integração de duas ferramentas: o Balance Scorecard (BSC), já utilizado pela empresa e baseado na definição de objetivos, e o GVA, uma inovação na política financeira que desenvolve um conjunto de medidas para verificar como cada segmento da empresa contribui para a geração de valor. Segundo Oliveira, já foi constatado que as companhias que aplicam o GVA têm um desempenho melhor na Bolsa de Valores, por exemplo.

Dentro da carteira de projetos do novo plano, um dos mais importantes é a finalização da segunda fase do Projeto Tietê, que deve ocorrer no primeiro semestre de 2008 – um investimento total de U$ 400 milhões -, e a preparação para o início da terceira fase. Programas de despoluição de córregos, já em andamento, e de recuperação de represas também ganham destaque.

A nova Lei de Saneamento não permite, no entanto, que a prestadora do serviço seja responsável pelo planejamento, o que limita a definição de obras concretas no plano da Sabesp, já que ela deverá discutir com cada cidade o que é prioritário.

Não estão sendo pensadas novas parcerias com o setor privado. A Parceria Público-Privada (PPP) para ampliação da estação de tratamento de água do Alto Tietê, em Taiaçupeba, está suspensa pela Justiça por causa de ações movidas por empresas interessadas em participar da licitação que questionam o edital.

As parcerias mais valorizadas pela estatal, por ora, são com as prefeituras. Com a entrada em vigor da lei do setor, o cenário de competição da Sabesp com as empresas privadas, ainda com pequena participação no setor, passa a ser mais acirrado. Como parte dessa nova relação, foi criada na companhia uma sala para atender aos municípios, e estão sendo pensadas outras formas para melhorar a comunicação entre as partes, como atendimento telefônico direcionado a esse público. Segundo Oliveira, no momento, a Sabesp já finalizou a negociação de renovação de contratos com “algumas dezenas” de municípios, acordos que agora só dependem de formalização. “O processo está mais rápido do que eu imaginava”, afirma ele. A busca de novos mercados, por enquanto, ficará em segundo plano.