Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
A Secretaria de Estado da Saúde pretende vacinar, no próximo sábado, 95% das 203 mil crianças de até 5 anos do Grande ABC. A campanha contra a paralisia infantil acontece em duas etapas e conta com a participação de 50 mil profissionais em todo o Estado. Para a primeira fase, o Governo disponibilizará 4,8 milhões de doses de vacinas, que serão aplicadas em 23 mil postos. Na região, a campanha está concentrada nas unidades básicas de saúde e outros pontos isolados de atendimento. A segunda etapa está marcada para agosto.
Segundo o secretário de Estado de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, a poliomielite é uma doença grave, que pode e deve ser evitada com a gotinha. “É de extrema importância levar as crianças aos postos de saúde, nas duas fases da campanha”, diz Barata. Para quem precisa atualizar a caderneta de vacinação, os postos também vão oferecer lotes contra difteria, tétano, coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola e hepatite B.
Além dos postos de saúde, algumas cidades oferecem outras opções. Em Santo André e São Bernardo, por exemplo, hipermercados e escolas municipais também participam da campanha. Segundo a chefe da divisão de vigilância epidemiológica de São Bernardo, Cândida Rosa Alves Kirschbaum, esses pontos foram criados para facilitar o acesso da população e também para dividir a demanda nos postos tradicionais.
Os pontos especiais, no entanto, não dispõem de outras vacinas. “De qualquer maneira, esse tipo de aplicação pode ser recebida diariamente em qualquer unidade de saúde”, informa Cândida. A diretora das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de São Caetano, Eliana Rstom, espera movimento grande durante todo o sábado. “Solicitamos que os pais levem seus filhos aos postos de vacinação para que possamos ultrapassar a meta estipulada pela secretaria e garantir a erradicação da doença”, diz a médica.
Sintomas – A pólio é caracterizada por febre, mal-estar, dores de cabeça e, em certos casos, paralisia. De acordo com a diretora técnica da divisão de imunização da secretaria, Helena Sato, o último caso conhecido da doença no Estado aconteceu em 1988, na cidade de Teodoro Sampaio. Já no Brasil, a doença está erradicada há 17 anos. Os últimos casos foram registrados no Rio Grande do Norte e Paraíba.
No primeiro ano da campanha, porém, a realidade era bem diferente. Em 1990, o país tinha 1300 casos de paralisia infantil. “Nós conseguimos um feito enorme nesse período, mas o trabalho deve ser mantido, já que a doença não está erradicada no mundo. Até o mês passado, segundo a Organização Mundial de Saúde, 302 casos haviam sido registrados em países como a Índia, Nigéria e Paquistão”, informa.
A vacina é segura e os efeitos colaterais são considerados raros. Para animar as crianças e também os responsáveis por elas, a secretaria conta, novamente, com a participação especial do personagem Zé Gotinha, que deve marcar presença em diversos postos de vacinação. “Ele é o símbolo da campanha. Além de distrair as crianças, o Zé explica aos pais a importância da vacinação”, completa Helena Sato.
