Rodoanel: secretaria estuda saídas para trecho sul

O Estado de S. Paulo - Quinta-feira, 6 de maio de 2004

qui, 06/05/2004 - 9h41 | Do Portal do Governo

ADRIANA CARRANCA

A Secretaria Estadual dos Transportes vai apresentar este mês um novo Estudo de Impacto Ambiental para o trecho sul do Rodoanel. Alternativas ao traçado original estão sendo discutidas com prefeituras, ambientalistas e arquitetos – só em Mauá, há sete opções. Entre elas, a construção de uma saída para a Avenida Papa João 23, em Mauá, que se ligaria à Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste da capital, cuja ampliação está nos planos da Prefeitura e dá acesso às Rodovias Ayrton Senna e Dutra.

‘O uso das Avenidas Papa João 23 e Jacu-Pêssego seria uma alternativa aos motoristas, enquanto o trecho leste não sai’, disse o secretário-adjunto dos Transportes, Paulo Tromboni. O novo estudo inclui a construção do Ferroanel, que acompanharia o traçado rodoviário e serviria para o transporte de cargas pesadas e perigosas a longas distâncias. A promessa é de que as obras comecem ainda na gestão Alckmin.

O governo, porém, já disse não ter dinheiro para todo o trecho, entre 53 e 60 quilômetros, que ligará Mauá à Rodovia Régis Bittencourt, onde se conecta ao trecho oeste, e vai cruzar as Rodovias Anchieta e Imigrantes, que levam ao Porto de Santos – no plano plurianual estão previstos R$ 800 milhões, mas a obra deve custar R$ 2 bilhões.

O estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto no meio ambiente (EIA-Rima) anterior, que propunha traçados para os trechos sul, norte e leste, foi inutilizado. O estudo, finalizado no ano passado com recursos públicos, caducaria em 5 anos e, segundo a Secretaria de Transportes, sem verba, as obras não poderiam ser terminadas dentro do prazo.

O EIA-Rima antigo sofreu resistência por parte de ambientalistas, principalmente no que se refere aos trechos norte e sul, que atravessariam a Serra da Cantareira e as Represas Billings e Guarapiranga. Órgãos do governo, como a Sabesp e o Instituto Florestal (IF) também se opuseram ao traçado, perto de áreas de captação de água, responsáveis por 60% do abastecimento da Grande São Paulo.

Outra preocupação é que o Rodoanel estimule ocupações em áreas preservadas.

‘Há 2 milhões de pessoas em áreas de mananciais, ruas, linhas de ônibus, escolas’, alega Tromboni. ‘O Rodoanel não causará mais impacto, pois só terá acessos para as rodovias.’

Na semana passada, Tromboni esteve no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). O presidente da IAB, Paulo Sophia, não quis dar uma posição do instituto sobre os traçados propostos. Ele defende o mais próximo à mancha urbana. Mas essa alternativa é questionada por alguns que acreditam no saturamento da via, como ocorreu nas Marginais. Segundo a secretaria, 50% dos caminhões que trafegam hoje pelas marginais seriam desviados para o Rodoanel.