Rodoanel impulsiona setor de logística no Grande ABC

Diário do Grande ABC

seg, 26/04/2010 - 12h01 | Do Portal do Governo

Com a demanda em alta e a perspectiva de ter novos clientes devido à entrada em operação do trecho Sul do Rodoanel, diversas companhias do segmento de logística na região prospectam terrenos para ampliar de forma expressiva a capacidade instalada de seus armazéns.

É o caso da Integral, que opera a Eadi (Estação Aduaneira do Interior) de São Bernardo. A empresa tem como objetivo duplicar, nos próximos meses, sua área total, que hoje tem 32 mil m², e também dobrar seu espaço coberto (atualmente com 12 mil m² de galpões).

Segundo o diretor da companhia, Antonio Carvalho, a movimentação de produtos tem crescido de forma expressiva desde outubro do ano passado, sobretudo na importação de mercadorias – que corresponde a cerca de 90% do faturamento.

Ele explica que o aquecimento da economia do País e o cenário favorável à importação – com o real valorizado frente ao dólar – impulsionou a área de logística e armazenagem de bens de consumo e matérias-primas adquiridos do Exterior pelas indústrias e pelo comércio.

De abril de 2009 a março deste ano, houve crescimento de 25% no movimento da Integral, cita o executivo. “Por um lado, isso é muito bom, mas existe o problema da taxa de câmbio, que impacta na receita. Com a conclusão do Rodoanel (o trecho Sul), nossa aposta é dobrar o volume”, afirma.

Carvalho cita que tem recebido consultas de potenciais clientes das regiões de Campinas e de Jundiaí, o que não acontecia antes da inauguração do sistema viário. “O Rodoanel é um alavancador de negócios”, avalia.

Pertencente ao grupo Lachmann, a companhia atua com armazenagem e movimentação de cargas para diversos segmentos: desde autopeças, turbinas de aviões, peças de maquinário e alimentos até itens dos ramos farmacêutico e cosmético.

EADI – Eadi se refere à atividade conhecida como porto seco, por não ficar no Litoral, mas funcionar como entreposto aduaneiro. O executivo destaca vantagens no atendimento ao setor empresarial em relação à alfândega dos portos ‘molhados”. Isso porque os clientes, além de poderem armazenar no local produtos importados como se esses itens ainda estivessem fora do País, podem nacionalizá-los gradualmente, pagando o imposto de importação referente apenas à parte da carga que vai ser retirada do armazém.

Com isso, têm as mercadorias mais próximas das fábricas (em relação ao litoral) e podem controlar melhor os estoques. “E ainda agregamos serviços de embalagem e desembalagem”, salienta Carvalho.

EXPANSÃO – Outra companhia que quer duplicar em breve suas operações – a intenção é agregar mais 30 mil m² aos atuais 31 mil m² de área de armazéns – é a Trafti, de São Bernardo.

A operadora tem a expectativa de se beneficiar bastante de sua localização. Está a dois quilômetros de uma das alças de acesso da rodovia Imigrantes ao anel viário. O presidente da companhia, Marco Capitânio, exemplifica: “Daqui até Itu levávamos duas hora; agora fazemos em uma.”

O executivo cita que os negócios cresceram mais de 40% no início do ano frente ao mesmo período de 2009, entre outros fatores, em função do aumento da importação. Mas ele avalia ainda que não dá para creditar esse impulso ao Rodoanel. “O mercado está aquecido”, afirma.