Rodoanel: Ainda em obras, Trecho Sul já atrai empresas

O Estado de S. Paulo

seg, 13/07/2009 - 7h48 | Do Portal do Governo

Centro de distribuição de 60 mil metros quadrados será inaugurado em janeiro

Pelo cronograma oficial, as obras do Trecho Sul do Rodoanel serão entregues apenas em abril de 2010. Mas para janeiro já está previsto entrar em funcionamento um amplo centro de distribuição de 60 mil metros quadrados da Colgate-Palmolive Brasil no Pátio Logístico Imigrantes, na altura do km 27 da Rodovia dos Imigrantes, entroncamento do Trecho Sul, em São Bernardo do Campo. Será o primeiro centro de distribuição paralelo à pista expressa e deve melhorar o tráfego vindo do interior do Estado rumo ao Porto de Santos. O pátio pertence ao grupo EcoRodovias (concessionária que administra o sistema Anchieta/Imigrantes) e à Bracor Investimentos Imobiliários.

“Com tudo funcionando (Trecho Sul e pátio), haverá custo logístico menor, menos poluição, mais segurança e ganho de tempo no transporte”, diz Marcelino Rafard de Seras, presidente da EcoRodovias. A concessionária, que também administrará o sistema Ayrton Senna/Carvalho Pinto, prevê a construção de outro centro de logística na Ayrton Senna, para otimizar o transporte de cargas do Vale do Paraíba, Minas, Rio e Nordeste, rumo ao Porto de Santos.

O secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, disse que há possibilidade de adiantar o início de operação do Trecho Sul, mas que “o prazo contratual de entrega da obra é abril”. No governo se trabalha com a perspectiva de entrada em operação antes – fala-se até em novembro. A construção, dividida em cinco lotes, já está cerca de 80% concluída.

O Trecho Sul do Rodoanel fomentará o transporte no corredor de exportações rumo ao Sul do País e ao Porto de Santos. Empresas de logística preveem que ele duplicará a capacidade de transporte do interior do Estado ao porto. “Hoje, nesse percurso é realizada uma viagem e meia por dia. Com o Trecho Sul, triplicará a média”, diz Seras. Um caminhão que partir de Campinas, por exemplo, chegará a Santos seguindo apenas por estradas e pelo Rodoanel.

Economia

Com dois trechos do Rodoanel em funcionamento (Oeste e Sul), ficará mais barato atravessar a cidade de São Paulo e acessar rodovias, principalmente rumo a Santos. “O Rodoanel aqueceu o mercado logístico. Há demanda de grupos imobiliários nos terrenos próximos ao empreendimento. Com o Trecho Sul, haverá fluxo retilíneo de escoamento de produtos e redução dos estoques. As cidades por onde ele passa ganharão com a redução do fluxo de caminhões internamente”, diz o especialista em soluções logísticas Cristiano Ceccato, da Quallilog.

A Colgate-Palmolive não informou sobre o centro de distribuição no Pátio Logístico Imigrantes. Quando estiver em operação, o Pátio Imigrantes complementará as atividades do Ecopátio Logística Cubatão, maior terminal de cargas do País, com 442,7 mil m², criado para aumentar a produtividade das operações portuárias. Lá, caminhões são cadastrados e liberados ordenadamente, de acordo com a capacidade do Porto de Santos – com isso, há mais pontualidade nas chegadas e partidas de produtos e redução do tempo de permanência dos navios no cais.

PIB ao longo do Trecho Oeste cresce 3 vezes mais

A entrada em operação do Trecho Oeste do Rodoanel, em outubro de 2002, levou à instalação de inúmeras empresas, favorecendo municípios ao longo das pistas. Próximo ao trevo Anhanguera, por exemplo, foram instalados 37 empreendimentos. Entre os trevos Anhanguera e Padroeira, em Osasco, surgiram outros 14. Osasco recebeu 172 empresas de médio e grande porte entre 1995 e 2003, do anúncio do projeto à execução das obras. “Áreas foram valorizadas pela saída rápida para rodovias”, explica o secretário de Habitação de Osasco, Sérgio Gonçalves.

A Agência de Desenvolvimento Econômico de Guarulhos aponta relação direta entre crescimento econômico e o Rodoanel. Na Grande São Paulo, os municípios que mais cresceram entre 2002 e 2005 foram os próximos da via expressa, no Trecho Oeste. O crescimento real do PIB nessas cidades foi de 30% no período, enquanto o do Brasil foi de 10%.

Com menos caminhões trafegando pela região central da capital e suas principais avenidas e marginais, o tempo médio das viagens internas de automóveis na região metropolitana deve diminuir de 28,2 minutos para 27,8 minutos, menos 1,4%, segundo estudo da Dersa sobre mudanças a partir do início da operação do Trecho Sul. O tempo das viagens internas de caminhão deve cair de 114,6 minutos para 107 minutos, 6,6% a menos, em relação à situação só com o Trecho Oeste em operação. A Perdigão, com fábricas na região Sul do País, ganhou uma hora e meia no transporte de seus produtos dos pontos industriais até o centro de distribuição no bairro do Jaguaré, zona oeste da capital.