Ribeirão Preto terá o primeiro terminal privado de carga aérea

Gazeta Mercantil - 9/6/2003

seg, 09/06/2003 - 10h47 | Do Portal do Governo

Edson Álvares da Costa


De Ribeirão Preto (SP)

O Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, terá o primeiro terminal alfandegado privado de carga aérea do País. A Tead Terminais Aduaneiros do Brasil venceu licitação feita pelo governo estadual e investirá US$ 2 milhões, nos próximos dez meses, na construção de um armazém de carga geral de 4 mil metros quadrados e de uma câmara frigorífica de 500 metros quadrados, com capacidade total para 6 mil metros cúbicos de cargas. ‘É a primeira vez que uma empresa privada vai operar um terminal de carga aérea internacional no País’, diz Rubel Thomas, há dois meses superintendente da Tead.

Thomas, que trabalhou por 36 anos na Varig, companhia aérea da qual foi presidente entre 1990 e 1995, diz que ‘este é o momento da exportação’. Segundo ele, ‘Ribeirão Preto é o coração de uma região com 87 municípios com grande potencial de exportação’.

Thomas conhece os pólos calçadistas de Franca, Jaú e Birigüi, as empresas farmacêuticas e de equipamentos médico-odontológicos de Ribeirão Preto, as fábricas de máquinas e implementos agrícolas da região e até a produção de bordados em Ibitinga, todos exportadores. ‘Mas o terminal, por si só, vai estimular o interesse de muitas outras empresas e setores na exportação.’

A Tead encomendou à Júnior FEA Consultoria e Planejamento, empresa da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, um estudo que revelará o potencial de exportação e importação da região. ‘Nos próximos meses, vamos trabalhar com agentes de cargas, tradings e com pelo menos 160 empresas exportadoras e importadoras da região’, afirma.

Rubel Thomas contará com a experiência do Grupo CEC – Carlos Ernesto Campos, controlador da Tead. Com faturamento de US$ 500 milhões, o grupo é composto pela Construtora CEC e sua coligada Unitec, pela trading Target Trade, pelo centro de distribuição Timelog e pela estação aduaneira Silotec, que responde pela logística de 20% dos 80 mil contêineres marítimos movimentados no porto de Vitória (ES).

O contrato para a construção do terminal foi assinado sábado, em Ribeirão Preto, por Thomas e o governador Geraldo Alckmin.

Alckmin e todo seu secretariado estiveram em Ribeirão Preto no ‘Fórum São Paulo: Governo Presente’, que contou com a presença de prefeitos e políticos. Segundo Rais Lopes, secretário estadual de Transportes, os aeroportos de Bauru e São José do Rio Preto serão os próximos a terem terminal alfandegado privado de carga aérea.

O secretário de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos Meirelles, diz que, como forma de aumentar a renda e os empregos no estado, ‘o governo está identificando os gargalos de todas cadeias produtivas de São Paulo’. Ele diz que o movimento tem como meta a desconcentração da economia estadual, o que, internamente, no governo, é chamado de ‘desenvolvimento para dentro’.

Outra vertente do modelo de desenvolvimento estadual é o ‘desenvolvimento para fora’, que envolve logística, pesquisas de demanda e certificação dos produtos paulistas para a exportação. Meirelles acredita que o terminal é um indutor do desenvolvimento e que o Leite Lopes também vai exportar frutas, verduras, legumes, flores e carnes.

Devido à crise na aviação, o Leite Lopes registrou em 2003 queda de 10% no movimento de passageiros, que foi de 371,7 mil pessoas. O movimento de cargas, no entanto, subiu 13,7%, para 1,1 mil toneladas.