Unidade de alta complexidade terá recursos públicos e da iniciativa privada
Cláudia Collucci
Da Reportagem Local
Ribeirão Preto ganhará o primeiro hospital infantil público de alta complexidade do Estado. O HC Criança, que funcionará em anexo ao Hospital das Clínicas, custará R$ 20 milhões -verba pública e da iniciativa privada.
Parte desse valor, R$ 3 milhões, foi liberada pelo governo federal para a construção de um centro de reabilitação, no térreo do novo hospital, cujas obras já iniciaram.
Serão seis pavimentos no HC Criança, com área construída de 12 mil m2. O novo prédio terá centro obstétrico e berçário, UTI neonatal, CTIs (centros de terapia intensiva) pediátrico e neonatal, centro de cirurgia de epilepsia, ambulatórios e enfermarias.
A obra deve ser concluída em cinco anos, mas estima-se que, em 2007, o centro de reabilitação já esteja funcionando. Ao todo, serão atendidas 38 especialidades.
Hoje, 150 dos 800 leitos do HC Ribeirão são ocupados por crianças e adolescentes. O público infanto-juvenil também responde por 30% dos 150 mil atendimentos ambulatoriais anuais. Com a construção do HC Criança, a expectativa é ampliar em 50% o número de leitos e em 20% os atendimentos ambulatoriais.
O diretor clínico do HC de Ribeirão Preto, Hélio Rubens Machado, diz haver atualmente várias áreas com demanda reprimida. Na cirurgia de epilepsia, por exemplo, área em que o HC Ribeirão é referência nacional, há uma constante fila de espera de 20 a 30 crianças, de todo o país. Por ano, o hospital realiza em média 40 cirurgias. Desde 2000, já foram 170.
De acordo com o superintendente do HC Ribeirão, Milton Roberto Laprega, com a transferência do atendimento e das internações pediátricas para o HC Criança, um terço do espaço no HC será esvaziado. Haverá possibilidade de ampliar a área de ambulatórios adultos, como ortopedia. ‘O espaço é estreito, e os pacientes ficam todos amontoados. Precisamos de corredores mais largos.’
O HC de Ribeirão Preto faz por ano 60 mil atendimentos médicos e é referência no interior paulista. Em sua área de abrangência vivem 4 milhões de pessoas.
Atividades lúdicas
Além do aumento da capacidade de atendimento, a mudança possibilitará que as crianças sejam atendidas por equipes específicas. Hoje, por exemplo, embora sejam internados em quartos separados dos adultos, os pequenos ficam instalados no mesmo andar e recebem os cuidados dos mesmos enfermeiros.
‘Isso é inadequado. Precisamos criar um espaço planejado e funcional, que leve em consideração as necessidades de uma criança em tratamento, como brinquedotecas, bibliotecas ambulantes e contadores de história’, diz Machado, neurologista pediátrico.
O médico também cita a necessidade de integrar a mãe e a família ao processo de recuperação e a continuidade dos estudos escolares como outras ações que serão incrementadas.
No próximo dia 10, haverá o lançamento oficial do Projeto HC Criança, que pretende arrecadar recursos com empresários. Na página www.hccrianca.org.br haverá mais informações e detalhes sobre as formas de doação, abertas também a pessoas físicas.
As empresas doadoras serão reconhecidas, de acordo com o volume da doação, com um selo de Sócio Fundador do HC Criança, que irá atestar seu compromisso social. Também terão seus nomes em placas no playground e nos ambientes patrocinados.
