Reforço no combate aos seqüestros

Correio Popular - Campinas - Sexta-feira, 20 de maio de 2005

sex, 20/05/2005 - 11h16 | Do Portal do Governo

O banco de informações criado pela Polícia Civil, que funcionará em sistema virtual para todo o Estado, será importante instrumento para agir contra este tipo de crime

Editorial

Embora tardiamente, foi criado e oficialmente colocado para o trabalho de 40 delegados responsáveis por delegacias especializadas (anti-seqüestro, delegacias de homicídios e de roubo de carga) um importante sistema de armazenamento de dados e comunicação, o qual deverá conferir ao combate aos crimes organizados (principalmente em seqüestros) instrumento eficaz, nessa guerra.

Trata-se de um banco virtual de informações passadas em tempo imediato. E que será alimentado com dados e fotos de seqüestradores pelas 40 delegacias especializadas de São Paulo, tanto da Capital como do Interior, conforme noticiamos ontem.

Os dados, colhidos durante investigações sempre que estas estiverem sendo conduzidas em qualquer parte do Estado, certamente agilizarão o trabalho anticrime de seqüestro ou os citados roubos de carga e homicídio.

O titular da Delegacia Especializada Anti-Seqüestro (Deas) de Campinas, que participou da citada reunião, delegado Joel Antônio dos Santos, frisou o caráter operativo do sistema: “Será uma troca de informações importante, que irá acrescentar ainda mais, aos trabalhos desenvolvidos no combate aos seqüestros”.

Depois de certo recuo, os crimes de seqüestro e roubo de cargas voltaram a ganhar impulso em Campinas e região, conforme estatísticas da Secretaria de Segurança Pública. Isso tem a ver com a migração da ação das quadrilhas, da Capital para o Interior, em que Campinas figura como pólo de atração para os bandidos.

Está atuando em Campinas, desde o dia 12 último, o policiamento ostensivo realizado pelo 1º Batalhão de Choque Tobias de Aguiar (Rota), que tem base na Capital. Esse trabalho é outra alternativa de reforço da polícia na guerra anticrime. O período de atuação da Rota em Campinas deverá estender-se por mais um mês, seguindo o Comando de Policiamento do Interior-2 (CPI-2).

As viaturas da Rota chegam à cidade no final da tarde e retornam a São Paulo pela manhã, tendo iniciado o reforço em Campinas no dia em que a mãe do jogador de futebol Luís Fabiano, Sandra Helena Clemente, foi resgatada do cativeiro pela Polícia Militar (PM) na região de Sorocaba. O seqüestro tinha sido em Campinas.

A citada reunião, na Capital, dos delegados especializados em homicídio e roubo de cargas, foi providenciada pela Polícia Civil em razão de os bandidos estarem migrando também de tipo de crime. Foi constatado que 50% dos seqüestradores identificados recentemente nunca tinham praticado seqüestros. Na verdade, pertenciam a quadrilhas de roubo de cargas, além de terem praticado homicídios. Embora em percentual menor, também houve a migração de quadrilhas de roubos a bancos para a atividade criminosa do seqüestro e tráfico de drogas. É que os carros-forte e os bancos adotaram inúmeros dispositivos de segurança contra os bandidos, obrigando-os a mudar de tipo de crime.

O que se constata, com as medidas tomadas na área da Polícia Civil, tendo em vista a aglutinação integradora de esforços e meios, é que o sistema de segurança pública está se instrumentalizando bem, para essa guerra.