Rede pública é modelo no ensino para deficientes

O Estado de S. Paulo - Caderno Seu Bairro - 24/10/2003

sex, 24/10/2003 - 10h23 | Do Portal do Governo

Salas especiais, com 10 a 15 integrantes, recebem crianças a partir dos 7 anos

Cristina Ribeiro


Criticada por muitos, a rede pública, porém, conta com uma área de excelência. Quando o assunto é educação especial, atendimento educacional especializado que oferece apoio à inclusão escolar de alunos com necessidades especiais (portadores de deficiências auditivas, visuais, físicas ou mentais), o trabalho desenvolvido no Estado torna-se referência.

As escolas recebem crianças especiais a partir dos 7 anos de idade. São portadores de deficiências de várias naturezas e sua convivência em salas normais ou especiais vai depender do grau de comprometimento. Em cada escola é desenvolvido um trabalho, dependendo da demanda. Na Mário de Andrade, por exemplo, existe uma sala especial para deficientes auditivos, que tem o objetivo de prepará-los para uma classe comum. As salas especiais têm no mínimo 10 alunos e, no máximo, 15 inscritos.

A professora Ana Luiza Pedroso de Lima, que trabalha com essas crianças, explica que cada caso é único e não pode haver generalizações. ‘Cada criança está em um estágio de aprendizado. Quando estão preparadas passam da classe especial para as classes comuns, com os outros alunos da escola. O convívio deles com os demais estudantes acontece de forma natural.’

Cape – O Centro de Apoio Pedagógico Especializado (Cape), da Secretaria de Estado da Educação, gerencia e capacita os profissionais que atendem os alunos especiais e produz recursos. A professora Walkíria de Assis ressalta que no Cape se produzem livros didáticos impressos em braile e em tipos ampliados, para portadores de baixa visão. ‘Dessa forma, nas salas especiais se utiliza o mesmo livro didático que o de qualquer unidade da rede estadual. Só que o material é adaptado para a sua necessidade.’

Além disso, o Cape tem um acervo de livros em braile e materiais de apoio para o profissional especializado trabalhar com os alunos. São mapas feitos em alto-relevo, objetos táteis, uso do soroban adaptado para cegos e roller-mouse (adaptação do mouse para deficientes físicos).

No Cape, ocorrem cursos, oficinas e palestras para profissionais especializados. ‘Queremos que os profissionais que atuam com deficientes estejam sempre atualizados no que existe de material no mercado. Dessa forma, podem ensinar a fazer adaptações necessárias por exemplo em lápis, em jogos, enfim mostrar os recursos específicos que facilitam a vida desses alunos’, afirma.