Readequação na Unicamp aumenta em 25% casos de alta complexidade

Correio Popular - Campinas - Quinta-feira, 13 de maio de 2004

qui, 13/05/2004 - 10h05 | Do Portal do Governo

Delma Medeiros, da Agência Anhangüera

O plano de readequação do Hospital das Clínicas da Universidade de Campinas (Unicamp), implantado a partir de 5 de abril, já refletiu numa diminuição de 20% nos atendimentos da Unidade de Emergência Referenciada (UER), antigo Pronto-Socorro, e aumento de 25% da receita oriunda de procedimentos estratégicos de alta complexidade (pagas pelo Sistema Único de Saúde).

Em abril, o hospital teve um faturamento de R$ 815 mil, contra R$ 586 mil no mês de março. Além disso, com a redução do atendimento da UER, economizou R$ 71 mil em material de consumo e 2,3 mil horas extras de funcionários (valores não contabilizados). O balanço do primeiro mês, mostra que o plano está atingindo o objetivo sem prejuízo aos usuários. ‘Só priorizando os procedimentos estratégicos e aumentando a receita conseguiremos equilibrar as finanças e garantir a sobrevivência do hospital’, afirma o superintendente do HC, Ivan Toro.

Toro destaca que a meta é reforçar o perfil de hospital de ensino e priorizar os atendimentos de alta complexidade, considerados estratégicos pelo Ministério da Saúde e que, na região, estão disponíveis somente no HC, como transplantes, cirurgia bariátrica (de redução de estômago), cirurgia de epilepsia e plástica reparadora para obesidade mórbida, entre outros.

Como efeito imediato, o Ambulatório de Cirurgia Bariátrica já anunciou que dentro de uns 30 dias vai dobrar o número de procedimentos realizados, passando de duas para quatro operações semanais, conforme divulgado com exclusividade pela Agência Anhangüera de Notícias.

Leitos de UTI

De acordo com o superintendente, com exceção de transplantes, que dependem de doações de órgãos, os demais procedimentos têm filas grandes de espera e possibilidades de ampliação do atendimento. No entanto, há um ‘gargalo’, que impede a concretização do programa: o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é insuficiente.

O HC dispõe atualmente de 18 leitos de UTI adulto e precisaria de 60, para poder ampliar os serviços estratégicos explica Toro. Ele cita, como exemplo, a cirurgia bariátrica. Se o hospital ficar 6 cirurgias por dia, ocupa todos os leitos, já que o paciente fica cerca de três dias na UTI.

Para tentar resolver o problema, o superintendente se reúne na próxima sexta-feira com representantes da Secretaria do Estado da Saúde para pedir recursos para por em funcionamento uma ala ao lado do HC que3 está desativada poor falta de equipamentos. A idéia é instalar no local mais 30 leitos de UTI.

Toro explica que a Unicamp vai apresentar vários projetos, como o plano de melhorar tempo entre internação e operação, e recursos para programa de treinamento de médicos da rede pública municipal. ‘Mas a prioridade é ativar a ala, com mais leitos de UTI’. Além disso o projeto será encaminhado para avaliação do Ministério da Saúde, visando ser incluído num programa para equipamentos hospitalares.

A ampliação de mais 30 leitos de UTI no HC foi uma das propostas apresentadas pela Câmara Temática de Saúde do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (RMC), para amenizar a crise no atendimento da rede pública. Toro avalia que há boas perspectivas do pedido ser acatada pela Secretaria estadual. Ele lembra que a readequação foi uma exigência da pasta. ‘Nós fizemos nossa parte. Mas para o próximo passo, precisamos de ajuda’, afirma, lembrando que o objetivo é cumprir a missão proposta pela própria Secretaria, de tornar o HC um hospital super especializado.