O Estado de S.Paulo
A Virada Cultural em Campinas ocorreu em tom de protesto contra a violência. Rappers como Negra Li e MC Betão ressaltaram durante os shows que o ritmo não está ligado a ações violentas, em referência ao tumulto na apresentação do grupo Racionais MC’s, no dia 6, na Virada realizada na capital.
O público, que enfrentou pelo menos uma hora e meia de fila para assistir ao show de Negra Li, tomou chuva e passou frio entre o fim da noite de sábado e a madrugada de ontem. “Mas vale a pena”, afirmou a secretária Jussara Couto, de 23 anos, que elogiou o discurso da rapper em defesa dos negros.
“A imagem dos rappers fica muito ruim quando vemos o que ocorreu em São Paulo. Aqui o show foi muito bom e tranqüilo. Isso mostra que sabemos apreciar o som”, disse o auxiliar de escritório Cristiano Ferreira, de 21 anos, que compõe letras de rap nas horas vagas. A polícia também não registrou ocorrências graves no evento.
Pelo menos 4,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, compareceram ao show de Tom Zé, às 22h30 de sábado, na Estação Cultura, antes da apresentação de Negra Li. O cantor, de 70 anos, elogiou a iniciativa do governo de promover o evento.
A Virada em Campinas começou com samba, com a apresentação do Núcleo Cupinzeiro na Praça Bento Quirino. Centenas de pessoas também ficaram na fila para ver a apresentação da Orquestra Sinfônica no Centro de Convivência Cultural, sábado e ontem.