Qualificado, mas sem curso superior

Jornal Nacional - Sexta-feira, 3 de janeiro de 2007

qui, 03/01/2008 - 22h09 | Do Portal do Governo

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A economia voltou a crescer, as empresas voltaram a contratar, mas elas procuram trabalhadores preparados, qualificados. Mas não necessariamente gente que tenha curso superior.

Estudar é imprescindível, hoje em dia, para conseguir trabalho. A economia voltou a crescer, as empresas voltaram a contratar, mas elas procuram trabalhadores preparados, qualificados. Mas não necessariamente gente que tenha curso superior.

Foi a união do útil ao agradável que deu estabilidade profissional ao técnico em eletrônica Carlos André Ferreira de Souza. De eletrônica, ele sempre gostou, só que faltava o diploma. “Se você não tem formação, não adianta experiência senão você fica descartável”.

O técnico em eletrônica Marcelo Nogueira conseguiu o certificado de especialização também em um curso técnico. “Realmente abriu as portas, porque antes, vou dizer, não tinha profissão. Tinha que trabalhar em várias outras coisas para manter o meu sustento”.

Dos 65 funcionários de uma empresa, 23 são técnicos em eletrônica e automação comercial. E há vagas para mais, porque a empresa precisa desta mão de obra especializada, mas não necessariamente de um profissional com formação universitária. Todos têm registro em carteira e o salário passa de R$ 1 mil.

Uma pesquisa do Centro Paula Souza, a maior rede pública estadual de ensino técnico no país, mostrou que dos quase 30 mil alunos formados em 2005, 77% estão empregados até agora. A maioria com carteira assinada e ganhando, em média, R$ 1.075 por mês.

Quem mais contratou foi a indústria, depois o setor de serviços e o comércio. E vão surgir vagas em novas áreas. “Estamos também preocupados para atender setores que tem apresentado demanda crescente como bioenergia, informática, petroquímica. Temos que atender esses setores com muita agilidade”, disse Laura Laganá, diretora do Centro Paula Souza.

O técnico em eletrônica Marcos Ruggiero, aos 40 anos, correu para fazer o curso técnico, porque viu o quanto as empresas, hoje, têm pressa em contratar um profissional qualificado. “Praticamente em dois, três meses você consegue estar registrado”.