Propostas simples e sensatas

Jornal da Tarde - Quarta-feira, dia 10 de janeiro de 2007

qua, 10/01/2007 - 11h25 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

As diretrizes estabelecidas pelo governador José Serra para a segurança pública – tanto as que se referem às relações com o governo federal quanto as que dependem do governo do Estado – não procuram ser originais nem chamar a atenção. São simples e sensatas. Daí a sua seriedade. Afinal, não há mistério sobre o que se deve fazer nesse setor. O problema é fazer.

O que Serra quer da União é o aumento do efetivo da Polícia Federal (PF) no Estado – para melhorar o combate ao tráfico de drogas e ao contrabando, especialmente de armas -, maior cooperação das Forças Armadas e da Receita Federal na área de inteligência e agilidade nos repasses do Fundo Nacional Penitenciário e do Fundo Nacional de Segurança. As Forças Armadas assessorariam as polícias paulistas na melhoria do serviço de informação e a Receita ajudaria no rastreamento do dinheiro do crime organizado.

O governador deixou de lado a Força Nacional de Segurança com toda razão. Formada por contingentes de elite das polícias estaduais, é tão complicado reunir seus efetivos – teoricamente de 7 mil homens – e colocá-los em ação que na verdade ela não passa até agora de uma força virtual. Tanto é assim que só foi convocada três vezes para atuar com no máximo cerca de 500 homens. No mais, tem servido apenas para que o presidente Lula faça dela uso político, como quando a ofereceu ao governo paulista após a onda de ataques do PCC em maio do ano passado.

Quanto ao que está na alçada do governo estadual, Serra segue a mesma linha realista e objetiva. É o caso da proposta de integração das Polícias Civil e Militar, no que se refere aos serviços de inteligência e ao planejamento de operações. A intenção é interligar em curto prazo os sistemas de informações criminais. Para isso, deverá ser criado um centro de inteligência que vai receber informações dos vários órgãos policiais e trocar dados com outros Estados e o governo federal.

Essa integração já foi tentada várias vezes sem êxito. Não será fácil concretizá-la, mas todos os esforços devem ser feitos para tal, porque se trata de medida de importância capital no combate ao crime. Não faz sentido, na situação em que vivemos, a falta de entrosamento entre as Polícias Civil e Militar, que agem freqüentemente como se fossem rivais.