Projeto pode criar modelo para 220 km de terrenos vazios

O Estado de S.Paulo - Quarta-feira, 2 de maio de 2007

qua, 02/05/2007 - 13h03 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Ao usar um terreno de faixa de servidão, o Parque da Integração poderá consagrar uma solução para a falta de áreas verdes e de lazer em São Paulo. Além de ser um dos caminhos para enfrentar as altas taxas de crimes da região metropolitana. De acordo com o governo do Estado, a Grande São Paulo é cortada por 220 quilômetros de faixas de servidão, pertencentes à Sabesp, Petrobrás e Eletropaulo. Terrenos vazios, que são invadidos ou acabam virando terra de ninguém.

Até hoje, as empresas não encontraram solução para as faixas de servidão. Tanto que a Petrobrás acompanha de perto a experiência paulistana.

Para o arquiteto Paulo Brazil, as faixas de servidão são “cicatrizes urbanas”. “O parque é justamente essa costura da malha urbana, porque o terreno baldio leva a situações de conflito, de violência e é ótimo para o tráfico de drogas.”

A estrutura urbana acompanha as relações sociais, segundo as teses defendidas na Escola da Cidade. “Essa faixa vazia secciona essas relações”, diz Brasil. “Além de ser um problema, pois muitas estão totalmente ocupadas. Quando há vazamento, isso provoca transtornos à Sabesp, e, em alguns casos, tragédias.”

No quesito combate à violência, o Parque da Integração inspirou-se na experiência colombiana. O pacote contra a criminalidade adotado no país deu ênfase à criação de áreas de lazer em regiões violentas. Só a cidade de Medellín, que ganhou notoriedade mundial como sede de um cartel da cocaína, ganhou 35 equipamentos de grande porte.