Projeto pedagógico nos Casas é pioneiro

Cruzeiro do Sul - Sábado, dia 18 de novembro de 2006

sáb, 18/11/2006 - 15h50 | Do Portal do Governo

Conhecidos como Centros de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa), as duas unidades recém-inauguradas da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) são pioneiras no Estado na adoção de um projeto pedagógico, com vistas à ressocialização de jovens infratores. Denominado Plano de Atendimento Interdisciplinar (Pratin), o modelo tem origem na Colômbia. Nele, os internos terão aulas e acompanhamento profissional. A fase de testes vai durar um ano e a intenção é, num segundo momento, adotar o Pratin em todas as unidade ligadas à Febem no Estado.

O modelo foi elaborado há cerca de 40 anos pelo padre Luiz Amigó, integrante de uma congregação da Espanha. Inicialmente, a sistemática era voltada para o atendimento de presidiários daquele país e foi remodelado para atender menores infratores. O Pratin foi trazido ao Brasil pelo frei Gerardo Bohorquez Mondragon, responsável por desenvolver o trabalho na Colômbia e trazê-lo para Belo Horizonte, onde 50 adolescentes são atendidos. Atualmente, ele está responsável por gerenciar a implementação do modelo em unidades de Brasília e no Espírito Santo.

A Febem informou que a adoção do Pratin no Estado é possível a partir da entrada em funcionamento dos “Casas”, as quais são gerenciadas em parceria entre a instituição e organizações não-governamentais. Em Sorocaba, a Pastoral do Menor, do Centro Social São José, foi escolhida para a parceria local, sendo que em outubro o próprio Mondragon participou da capacitação dos profissionais, que atuarão na duas unidades da cidade, inauguradas no último dia 8. “Fizemos um treinamento intensivo”, frisou Águeda de Jesus da Silva, diretora dos Casa de Sorocaba.

A metodologia

 

Coordenador da Pastoral do Menor, José Roberto Rosa comentou que o programa de gestão compartilhada entre ONGs e Febem nos Casas já é um avanço no atendimento a menores infratores no Estado, o que será impulsionado com a adoção do Pratin. “Após entrar na unidade, o menor terá que passar por cinco fases na busca de ressocialização: pré-acolhida, acolhida, confrontação, convivência e projeto de vida. Em cada uma receberá uma abordagem terapêutica e pedagógica apropriada”, explicou. Dependendo do comportamento do interno e o cumprimento de todas as diretrizes em cada fase, o menor pode ter seu tempo de internação reduzido.

“A cada etapa vencida ele conquista mais regalias”. O último passo do interno nessa trajetória será obter trabalho e estudar fora na unidade, sempre acompanhado por profissionais da unidade e mediante autorização judicial. “É uma metodologia em que o menor recebe acompanhamento de perto de profissionais de diferentes áreas. A família dele também receberá apoio psicossocial”, complementou Águeda.

O promotor de Infância e Juventude de Sorocaba, Antônio Domingues Farto Neto, considera a iniciativa de vanguarda. Destacou a cidade foi escolhida como pioneira, entre outros motivos, devido ao bom funcionamento da antiga unidade da Febem do município.