Projeto para inocular empreendedorismo em colegiais paulistas

Gazeta Mercantil - 12/6/2003

qui, 12/06/2003 - 10h03 | Do Portal do Governo

Soraia Haddad, de São Paulo


Gazeta Mercantil – 12 de junho de 2003

A Secretaria Estadual da Educação e a ONG Junior Achievement, de São Paulo, com 46 empresas parceiras e 16 no conselho consultivo, lançam oficialmente hoje o projeto que pretende inocular o vírus do empreendedorismo nos colegiais paulistas. No primeiro momento, a intenção é contemplar cinco mil alunos da rede pública estadual, com a implantação do projeto já no segundo semestre.

Segundo Maria da Graça Oliveira Cardoso, gerente da ONG, o objetivo é educar para despertar o espírito empreendedor no jovem, além de patrocinar uma livre iniciativa para escolha da carreira.

As empresas que se tornarem parceiras neste projeto disponibilizarão profissionais voluntários para passar aos estudantes do ensino médio e fundamental noções de mercado, economia e administração, que contemplam o empreendedorismo.

A ONG já desenvolve com as 46 parceiras trabalhos em escolas estaduais. O Instituto Unibanco, por exemplo, mantém em São Paulo um grupo de 200 voluntários, do corpo de executivos do banco, que ensinam dois mil alunos de dez escolas das regiões central e oeste da capital.

Segundo Sonia Souza, superintendente de endomarketing do Unibanco, os profissionais dispõem de uma hora de seu tempo por semana para explicar como funciona o mundo dos negócios. ‘Pedimos para os profissionais fazerem sempre a ligação com a sua vida empresarial’.

Todo o material disponível e o treinamento dos profissionais são de responsabilidade da ONG.

Esses projetos com as escolas não eram oficializados até o momento pela Secretaria da Educação: ‘Muitas vezes tínhamos dificuldade em entrar na escola’, comenta Graça.

Com a formação dessa parceria, segundo Graça, será mais fácil e mais rápido marcar presença nas escolas. Em princípio, o projeto conta com recursos dos conselheiros da ONG, como, por exemplo, o Unibanco, Grupo Gerdau, Lloyds TSB e Empresas Petróleo Ipiranga. ‘Os conselheiros vão custear o projeto até a captação de recursos das empresas. Não aceitamos dinheiro do estado, apenas da iniciativa privada’, afirma. Cada conselheiro investe por ano, em média, R$ 12 mil na ONG.

No projeto, o aluno do ensino fundamental custa R$ 60 e do médio, R$ 90 por semestre. Graça diz que a atuação da Secretaria está na logística: ‘Vamos dar prioridade à escola voluntária. Ela poderá indicar as empresas da região que poderemos trazer como patrocinadoras.’ A única exigência da ONG é que o aluno seja voluntário.