Projeto garante a preservação da Mata Atlântica no Estado

A Tribuna de Santos - 9/6/2002

dom, 09/06/2002 - 12h48 | Do Portal do Governo

Apesar da grande devastação de áreas de Mata Atlântica verificada ao longo das últimas décadas, ainda há esperança de preservar sua biodiversidade e salvar da extinção milhares de espécies da fauna e da flora das florestas remanescentes no Estado.

A expectativa otimista é dos técnicos e ambientalistas que participam do Projeto de Preservação de Mata Atlântica, financiado pelo Governo do Estado e o Banco Kreditanstalt Fur Wiederafbau (KFW), da Alemanha.

O argumento é de que, com os maciços investimentos em tecnologia e equipamentos, está sendo possível deter o avanço do desmatamento ocorrido no passado. Hoje, restam apenas 7,5% da mata original no Estado.

Iniciado em 95, o projeto prevê o repasse de US$ 29,9 milhões (R$ 76 milhões), dos quais já foram investidos R$ 36 milhões, com a estimativa de ser liberada mais uma parcela até o final do ano

Além da Polícia Ambiental e do Departamento Estadual de Recursos Naturais (DPRN), responsáveis pelas ações de fiscalização, participam do projeto do Instituto Florestal, que cuida de parques e desenvolve técnicas de manejo, e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

Do total já aplicado, R$ 21,4 milhões são do KFW, e R$ 15 milhões da contrapartida do Governo do Estado. A partir do segundo semestre, segundo a assessora técnica do projeto, Nerea Massini, estará funcionando, de forma experimental, o Sistema Integrado de Comunicação e Informação, que deverá agilizar as ações entre os diversos órgãos encarregados da fiscalização.

Ela afirma que todo o mapeamento da área remascente de mata, custeado pelo projeto, já está concluído. Com o levantamento aéreo, foi possível conseguir fotos de 22 mil quilômetros quadrados de florestas. Com isso, por meio dos computadores do sistema, os órgãos poderão verificar, de imediato, se está ocorrendo algum desmatamento nas áreas de preservação.

Os dados da Polícia Ambiental e do DPRN serão transmitidos por meio do Global Position System (GPS), equipamento que fornece as coordenadas por satélite.

O sistema contará com um banco de dados que poderá ser acessado também pelo Instituto Florestal e DPRN, além da Polícia Ambiental, de forma a integrar as ações. Segundo Nerea Massini, os testes serão iniciados no segundo semestre. Mas o projeto de Preservação Ambiental também vem possibilitando o desenvolvimento de outras ações eficazes.

Suplementação

O contrato com o banco KFW poderá ser prorrogado, com nova etapa de investimentos a partir de 2004. Segundo Nerea, já está tramitando no Congresso o pedido de suplementação de verbas, que conta com uma contrapartida do Governo do Estado, por meio de empréstimo junto ao banco alemão. Mas, a principal fatia dos investimentos é a fundo perdido.

A assessora técnica do projeto afirma que dada à escassez de recursos orçamentários, os empréstimos junto a instituições internacionais e empresas privadas são uma alternativa para salvar as florestas, já que, a exemplo da Mata Atlântica, vem permitindo planejar melhor as ações.

Júlio César D’Iesposti