Programa estadual dará bolsas de estudo

A Tribuna - Santos - Terça-feira, 30 de dezembro de 2003

ter, 30/12/2003 - 9h41 | Do Portal do Governo

Da Reportagem

Universitários de todo o Estado terão a chance de obter bolsas integrais de estudo a partir do ano que vem. Trata-se do projeto Jovens Acolhedores, da Secretaria de Estado da Saúde, que visa contratar estudantes para ajudar no atendimento em hospitais estaduais.

Em troca, a secretaria vai arcar com R$ 350,00 da mensalidade do curso. O restante será bancado pela própria instituição de ensino. O programa é aberto não só para alunos dos cursos voltados à Saúde. Estudantes de qualquer curso e de qualquer ano poderão se inscrever.

Segundo a Assessoria de Imprensa da secretaria, o projeto ainda está em fase de implantação. Por enquanto, as faculdades estão firmando convênios com o Governo e só depois será definido o esquema para as inscrições.

A príncípio, o projeto será implantado apenas na Grande São Paulo, beneficiando 500 estudantes, mas a previsão é que, ainda no primeiro semestre de 2004, universitários de todo o Estado estarão sendo atendidos. O número de vagas em cada região vai depender da necessidade dos hospitais. Na Baixada Santista, o trabalho será realizado no único hospital estadual da região, o Guilherme Álvaro (HGA).

A escolha dos bolsistas será realizada através de sorteio. O convênio com as universidades terá validade de cinco anos, mas cada aluno receberá a bolsa apenas por um ano.

O objetivo da secretaria de Estado é humanizar o atendimento. ‘‘A aflição do paciente diminui à medida que é constantemente informado sobre o que está acontecendo, a que horas será atendido, quais serão as etapas deste atendimento e se, por ventura, existe um caso mais grave que o dele exigindo atendimento preferencial’’, afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Os estudantes contratados receberão um treinamento e terão a função de fazer o primeiro contato com o paciente, cumprimentando-o de forma atenciosa e prestando a devida orientação.

Realidade

Segundo a assessoria, o atendimento humanitário já é seguido pelos hospitais do Estado. Embora não seja essa a realidade. Basta permanecer algum tempo nas dependências do HGA para presenciar alguns dramas.

Como o do gráfico Sílvio Luiz Couto. No dia marcado para sua consulta, ele saiu às 5 horas de Itanhaém, onde mora, para não chegar atrasado ao hospital, onde esperava ser atendido às 11 horas. Chegando lá, foi informado de que não havia médico gastroenterologista. Ele teve de voltar para casa. ‘‘Perdi o dia de trabalho e vou ter que perder outro’’.

As donas-de-casa Maria Anália Barbosa, de São Vicente, e Antônia Tereza dos Santos, de Itariri, viveram o mesmo problema. Também no dia marcado, elas chegaram cedo para tirar os pontos de cirurgias realizadas, mas só seriam atendidas depois do almoço.

Conforme a assessoria da secretaria, poderia ter ocorrido algum engano por parte do paciente em relação à data da consulta. Quanto à demora no atendimento, o órgão informou que muitas pessoas, principalmente de outras cidades, costumam chegar muito cedo porque aproveitam o transporte gratuito oferecido pelas prefeituras dos respectivos municípios.

A assessoria esclareceu que o hospital não possui pronto atendimento, ou seja, as consultas são feitas somente com agendamento realizado pelos postos de saúde.