Até o fim do ano, iniciativa deve formar 96 estudantes de escola estadual
Igor Giannasi
Da janela do escritório da TMKT Marketing de Relacionamento, no bairro da Casa Verde, zona norte, o presidente da empresa, Alexandre Jau, avistava uma escola pública. Essa imagem despertou nele a vontade de fazer algo para ajudar os alunos. A empresa criou programas de estagiários com jovens de instituições carentes, só que o resultado ainda não era aquele que Jau esperava e não teve continuidade. Mais tarde, ele se mudoupara a unidade em Pinheiros.
Para sua surpresa, da janela do escritório, ele também podia observar um colégio – a Escola Estadual Godofredo Furtado. Depois da coincidência, admitiu que já era hora de voltar ao antigo desejo. Assim, na segunda-feira, teve início o Projeto Escola, em conjunto com a Secretaria Estadual de Educação, que vai capacitar profissionalmente 96 estudantes do 3º ano do ensino médio e de educação de jovens e adultos. “Esta parceria vai fazer esses jovens irem diretamente para o primeiro emprego”, garante o empresário, já que os melhores alunos serão contratados pela empresa.
Os participantes receberão treinamento em call center, ramo de atividade de Jau, durante todo o ano letivo, com duas horas de aula por semana. A TMKT reformou o laboratório de informática do colégio e o adaptou para o curso, além de contratar monitores.
Atrativo – A chance de conseguir um emprego é um atrativo para os alunos da escola. “Hoje, emprego está difícil, principalmente para jovens sem experiência. Passando por esse curso, talvez eu tenha serviço garantido”, afirma o estudante José Taylor Soares de Souza, de 18 anos. ‘Telemarketing é uma boa área.”
No ano passado, representantes da empresa procuraram a diretora Eliana Dantas Cortez para apresentar a proposta. “Eu achei muito interessante, pelos benefícios que traria aos nossos alunos, e aceitei de imediato”, comenta. “Eles são tão cheios de ideais. Nós temos apenas que dar uma mãozinha para que todas as potencialidades que têm dentro deles se aflorem.”
Os monitores do projeto tomaram por base um curso realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), para elaborar o que está sendo aplicado. Os funcionários da empresa também participaram ativamente na implementação e alguns até trabalharam durante o carnaval na arrumação da sala.
Mais adiante, Jau também pretende levar o projeto para a escola próxima da unidade da Casa Verde. “A gente quer aproveitar este ano para vivenciar, fazer uma análise crítica de erros e acertos”, diz. Ele gostaria, inclusive, que outros empresários seguissem o mesmo exemplo. “Essas iniciativas podem produzir efeitos positivos para o futuro desses jovens.”
