Professores terão adiantamento do bônus 2008

Jornal da Tarde - Segunda-feira, 8 de outubro de 2007

seg, 08/10/2007 - 17h28 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

A partir deste mês até janeiro, cerca de 290 mil funcionários da ativa da Secretaria Estadual da Educação vão receber o adiantamento do Bônus Merecimento do ano de 2008. Apenas para a antecipação serão disponibilizados cerca de R$ 300 milhões. Os professores do Quadro do Magistério receberão R$ 1.200 e os membros do Quadro de Apoio Escolar (secretários de escola, merendeiros, inspetores de alunos etc.) e do Quadro da Secretaria, R$ 500. O pagamento dos valores será dividido em quatro parcelas .

Apesar da premiação, muitos professores não estão satisfeitos. ‘O bônus parcelado é bom, mas estamos há 13 anos sem aumento e, no ano que vem, o salário vai continuar o mesmo’, conta Carmelita da Conceição Bispo, 51 anos, professora de ensino fundamental no ABC. ‘O que gostaria mesmo é que esse bônus se transformasse em um salário’, completa.

Aumento de salário foi uma das pautas que movimentou os profissionais da educação no início do mês, quando eles ameaçaram parar suas atividades e fizeram manifestações em frente à Secretaria Estadual da Educação. Eles queriam 35% de reajuste salarial.

Os mais insatisfeitos são os professores aposentados, que não terão direito ao bônus. ‘Se fosse aumento salarial real, nós também receberíamos algo. Mas, com essa política de bônus, somos deixados de lado’, reclama Elisete Neves de Queiroz, 62 anos, professora de ensino fundamental aposentada há 17. ‘Eles acham que a situação vai ‘refrescar’ com gratificações, mas estão errados. Mesmo quem ainda trabalha não está contente’, completa.

Brincando com os professores

As entidades que representam a categoria criticam a bonificação. ‘O governo está dando esmola. É uma falta de respeito, é brincar com o professor’, diz Carlos Ramiro de Castro, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Na opinião dele, o montante poderia ser incluído nos salários, inclusive nas aposentadorias dos inativos. O presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP), Palmiro Mennucci, concorda: ‘O que mais lamentamos é o fato de os inativos e aposentados ficarem sem receber nada. O governador deveria ter o bom senso de pagar também para eles’, conclui.