Produtos piratas lotam 4 caminhões

Jornal da Tarde - Quarta-feira, 3 de outubro de 2007

qua, 03/10/2007 - 15h06 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

Quatro caminhões com mais de 75 mil produtos piratas, entre eles imitações de bolsas de grifes famosas como Louis Vuitton, e cópias de tênis da Nike, foram recolhidos ontem em 200 lojas do Shopping 25 de Março, no Centro da Capital. A apreensão foi determinada pelo juiz da 11ª Vara Cível do Fórum Central da Capital Luiz Sérgio de Mello Pinto e contou com o apoio de 120 policiais militares e seis oficiais de Justiça.

A decisão de interditar o Shopping 25 de Março foi tomada depois que o Grupo de Proteção à Marca, que organizou a ação, fez um levantamento, que durou seis meses para ser concluído, que apontou que 200 lojas do local – a maioria de proprietários coreanos – estavam vendendo produtos com marcas falsificadas. Bolsas que costumam ser vendidas em shopping por aproximadamente R$ 2 mil estavam sendo comercializadas por preços entre R$ 30 e R$ 60. Tênis que custam R$ 700 nas lojas autorizadas saem por menos de R$ 100.

O shopping possui cerca de mil lojas e ficou fechado o dia inteiro para que a apreensão fosse feita. Segundo o grupo que organizou a ação, as mercadorias são falsificadas e não podem ficar à venda, pois prejudicam os verdadeiros fabricantes.

Segundo o advogado do grupo, Newton Vieira Júnior, desde as 6 horas de ontem, 70 das 150 lojas do shopping tinham sido vistoriadas. Os caminhões que saíram lotados com produtos seguiriam para os fabricantes originais dos produtos. As cópias devem ser destruídas após uma decisão da Justiça.

Durante a operação, os coreanos e chineses que trabalham nos estandes ficaram do lado de fora do shopping para esperar o final das apreensões. Muitos deles afirmam não falar a língua portuguesa e, por isso, não quiseram dar declarações sobre a origem dos produtos.

De acordo com Vieira Junior, ninguém apresentou notas fiscais. ‘Seria impossível, pois tudo vem da China, sem controle. Para o advogado, atualmente as pessoas vão até o Shopping 25 conscientes de que vão adquirir produtos falsificados.

‘O cidadão prefere comprar um Nike falso do que um tênis de marca nacional e mais simples, porém original, em shopping. E com isso, quem sai perdendo é a própria indústria nacional.’

A propriedade do Shopping já foi atribuída ao chinês naturalizado brasileiro Law King Chong, que foi preso em 2004. Em junho , o juiz Enio Moz Godoy, da 2ª Vara de Execuções Criminais de Bauru, concedeu a prisão domiciliar ao empresário, considerado o maior contrabandista do País e que atuava principalmente na região da 25 de Março.

Softwares piratas

A polícia prendeu ontem três homens em flagrante por vender softwares piratas na Rua Santa Ifigênia, no Centro. Foram apreendidos 416 CDs com programas pirateados. Célio Pessoa dos Santos, de 43 anos, Gilton José Gregório, 28, e José Airton Campelo Costa, 28, podem ser condenados a até 4 anos de prisão pelo crime. Segundo a polícia, entre janeiro e dezembro deste ano 19 pessoas foram presas e 1,5 milhão de produtos piratas foram apreendidos na região do Centro.

A operação foi comandada pela Delegacia Seccional do Centro e teve a participação do Instituto de Criminalística. Os peritos fizeram laudos dos produtos no mesmo dia, permitindo as prisões em flagrante.