Produtor se cadastra em projetos de plantio

O Estado de S. Paulo

qua, 08/04/2009 - 9h30 | Do Portal do Governo

Secretaria do Meio Ambiente e ONG fazem a ponte entre agricultores e empresários que querem reflorestar

O caminho que o pecuarista Luis César Cestari seguiu para fechar a parceria com a empresa que necessitava fazer compensação ambiental passou pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA). No Projeto Mata Ciliar, que tem como objetivo recuperar as matas ciliares do Estado de São Paulo, o produtor rural pode inscrever suas áreas ciliares para recuperação, desde que estejam livres de pendências jurídicas. Nesse “banco de áreas” empresas e demais interessados em promover a recuperação voluntária de matas ciliares poderão encontrar áreas disponíveis (o link na internet é www.ambiente.sp.gov.br/mataciliar).

Segundo a coordenadora do projeto, a engenheira agrônoma Helena Carrascosa, “nós vemos que o produtor rural tem de recompor mata ciliar, mas não tem dinheiro. E que há empresas que têm de fazer compensação ambiental ou querem neutralizar as emissões de carbono mas não têm onde plantar”, diz. “Com o Projeto Mata Ciliar, juntamos a fome com a vontade de comer”, define. O projeto, criado em 2007, já tem quase 1.600 hectares de áreas cadastradas, segundo Helena.

Na Mata Atlântica 

Na ONG SOS Mata Atlântica também há dois projetos que produtores rurais interessados em recompor áreas de preservação podem procurar, desde que estejam localizados no bioma Mata Atlântica: o projeto Florestas do Futuro e o Clickarvore. A coordenadora de ambos, Ludmila Pugliese, explica que o Florestas do Futuro trabalha em parceria com várias empresas interessadas em recompor áreas dentro do bioma Mata Atlântica. “Eles se responsabilizam pelo plantio e manutenção das áreas por dois anos – no caso, são empresas interessadas em neutralização de carbono ou compensação ambiental, além de projetos socioambientais”, diz.

Já o Clickarvore, que existe desde 2000, tem a participação ativa dos internautas: a cada clique no link do programa, no site da SOS Mata Atlântica (www.sosmatatlantica.org.br), uma muda é doada por alguma empresa participante. “Temos mais de mil projetos no Clickarvore, que acompanhamos anualmente”, diz Ludmila. “A maior parte das árvores tem sido plantada em áreas particulares, sobretudo nas propriedades rurais”, garante.

“O nosso foco são justamente os produtores rurais porque há muita área com necessidade de recomposição, como exige a lei”, diz ela, apresentando um balanço do Clickarvore: em nove anos de projeto, foram doados 19 milhões de mudas – ou o equivalente a 13 mil campos de futebol. Já o Florestas do Futuro, desde 2004, já plantou 2 milhões de mudas ou 1.300 campos de futebol.