Priscila encontra PMs que salvaram sua vida

Agora - Quinta-feira, 15 de março de 2007

qui, 15/03/2007 - 11h35 | Do Portal do Governo

Do Agora

A estudante Priscila Aprígio, 13 anos, que perdeu os movimentos das pernas após ser baleada durante um assalto a banco na avenida Ibirapuera, em Moema (zona sul), conheceu ontem os homens que podem ter salvado sua vida.

Duas semanas após levar um tiro de fuzil que lhe acertou a medula, ela recebeu a visita dos primeiros PMs que chegaram ao local do assalto e, devido à gravidade da situação, decidiram socorrer a garota ao hospital ao invés de esperar por uma ambulância.

“É muito importante saber que você pode contar com a PM. Ganhei um carinho especial por eles. Toda vez que vou dormir, oro por eles, porque eu já estou bem, e eles estão aí na rua, correndo risco todo dia”, disse a estudante. O encontro aconteceu no hotel em que a garota está hospedada, na Vila Mariana (zona sul).

Um dos policiais, o soldado Emerson Lima, é até tratado como “padrinho” por Priscila. No dia do assalto, enquanto o carro da polícia corria na contramão rumo ao hospital, era Lima quem animava a estudante, no banco de trás.

“Ela só me pedia para eu não deixá-la morrer. E eu puxava forças não sei de onde para dizer que isso não iria acontecer”, relembrou o soldado. Lima aponta que o vínculo com a estudante ficou mais forte quando ele viu que se tratava de uma adolescente. “Tenho um filho que regula de idade. É difícil não lembrar dele nessa situação.”

A amizade também se sedimentou em Priscila. Ainda no hospital ela pedia para conhecer o soldado Emerson. Por telefone, dizia a ele cada melhora na sua recuperação.

No dia do assalto, o soldado Marcos Beltrão Martins, 25 aos, também foi um dos primeiros a chegar até a garota. “Ela parecia estar mais tranqüila que a gente”, lembrou.

De acordo com o sargento Marcelo Martinez, a decisão de não esperar pela chegada da ambulância foi fundamental para que o pior não ocorresse. “Depois que a socorremos, foram outros 15 minutos até a chegada da ambulância. A Priscila já estava quase tendo um colapso”, afirmou.

O apoio dos policiais contrasta com uma situação vivida pela estudante enquanto eles ainda não haviam chegado. Priscila diz que, logo que tombou, pediu ajuda a um homem a seu lado, motorista de um Corsa verde escuro. “Eu disse: “moço, me ajuda’. Ele abaixou o vidro do carro e falou: “desculpa, não posso’. E foi embora. Ele sabe quem é.”

Quando voltar à sua casa, em Embu (Grande SP), Priscila e a família prometem levar essa boa impressão da PM.

“Lá no meu bairro, meus amigos não gostam muito de polícia”, comentou Jefferson Joaquim Aprígio da Silva, 16 anos, irmão da estudante.

“Mas na hora do desespero”, citou o soldado Beltrão, “a pessoa pensa em Deus e liga para o 190”.