Presos fazem bola do Pan

Jornal da Tarde - Sexta-feira, 27 de julho de 2007

sex, 27/07/2007 - 11h49 | Do Portal do Governo

 Jornal da Tarde

É da penitenciária de Osvaldo Cruz, cidade da região oeste do Estado de São Paulo, que saíram as 600 bolas de futsal utilizadas na disputa da modalidade nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. As bolas enviadas para a competição foram confeccionadas nas oficinas da prisão pelos próprios detentos – que foram autorizados a assistir à estréia da seleção brasileira de futsal no Pan. Os presos comemoraram a vitória por 4 a 1 do time do Brasil sobre a Guatemala.

“Nos sentimos muito honrados por participar, de certa forma, do Pan-Americano. É motivo de muita alegria costurar uma bola e saber que grandes ídolos do esporte brasileiro a usarão para lutar por uma medalha”, afirma Davi Soares, um dos operários que costura as bolas. “Sinto-me orgulhoso de saber que de alguma forma contribuí com o esporte do País. Alguma daquelas bolas pode ser a que eu fiz”, completa Maurício Rocha, outro detento que participa do projeto.

As atividades de costura de bolas foram iniciadas no mês de maio de 2002, a partir de uma parceria do presídio com a Empresa United, que, além de fabricar as bolas Dall Ponte, também é proprietária das marcas Winner, Raccer e Finta. Outras duas empresas – Allmaco e Topper – também atuam em parceria com a penitenciária. O projeto envolve 330 presos, que fabricam, em média, 5,5 mil bolas por mês.

Profissionalização

A atividade ajuda na profissionalização dos presos, na diminuição da pena e ainda proporciona renda aos trabalhadores. “Os benefícios são muitos. Os presos deixam a ociosidade, os problemas na penitenciária diminuem e eles têm a pena reduzida”, diz Jesus Ross Martins, diretor da unidade prisional. Para cada três dias trabalhados, o detento desconta um dia da pena e dos prazos para pedir benefícios como regime semi-aberto.

Na penitenciária, que abriga em sua maioria presos que cometeram crimes contra os costumes, como estupro, há ainda fábricas de sofás, pipas, espetinhos de churrasco e postes de cimento. Todos os detentos da unidade trabalham. De acordo com o diretor, esse fato é fundamental para que, depois de seis anos de funcionamento, nunca tenha havido uma rebelião ou fuga.

 

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