Preso 4º acusado de furto no Masp

O Estado de S.Paulo - Quinta-feira, 3 de abril de 2008

qui, 03/04/2008 - 12h21 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

A Polícia Civil de São Paulo prendeu no fim da manhã de ontem o comerciante Alexsandro Bezerra da Silva, de 31 anos, acusado de envolvimento no furto de duas telas do acervo do Museu de Arte de São Paulo (Masp), em 20 de dezembro do ano passado. Proprietário da casa onde as obras de arte ficaram escondidas, Silva foi detido por policiais da 3ª Delegacia da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio na residência de seu irmão, na Avenida Flor da Abissínia, no Jardim Imperador, zona leste de São Paulo.

O comerciante estava foragido desde que sua prisão preventiva foi decretada pela Justiça a pedido do delegado Adilson Marcondes, em 30 de janeiro. Segundo o Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), ele emprestou a casa na cidade de Ferraz de Vasconcelos, região metropolitana de São Paulo, que serviu para esconder os quadros O Lavrador de Café, de Cândido Portinari, e O Retrato de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso – avaliados em R$ 100 milhões. Apesar de não ter participado diretamente da ação, Silva é acusado de formação de quadrilha e receptação.

“Em depoimento antes mesmo do pedido de prisão, ele disse que foi procurado pelo seu amigo Robinho (Robson de Jesus Jordão, acusado de participar do furto) para emprestar a sua casa, mas que não sabia para que seria usada”, diz o delegado Adilson Marcondes, responsável pelo caso. “Ainda assim, no dia 28 de dezembro, quando as obras foram levadas para a residência em Ferraz de Vasconcelos, ele estava lá e presenciou toda a ação. Por essa razão, ele será indiciado por receptação e formação de quadrilha.”

Silva passou a noite na carceragem do Deic e deve seguir hoje para o Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, na zona leste de São Paulo. Ele é o quarto preso pelo roubo no Masp. O chef de cozinha e suposto mentor do crime, Moisés de Lima Sobrinho, se entregou no dia 24 de janeiro e revelou que o destino das telas era um colecionador da Arábia Saudita. Ele assumiu ainda que havia feito uma espécie de “cardápio” com cinco quadros para que o comprador escolhesse as obras que seriam furtadas – na seleção estavam ainda dois Renoir (As Meninas Cahen d’Anvers e Menina com as Espigas) e um Van Gogh (Passeio ao Crepúsculo).

No dia 29 dezembro, graças a um grampo telefônico, os investigadores do Deic já haviam detido Francisco Laerton Lopes de Lima, de 33 anos. Foi por meio dele que os investigadores chegaram aos demais acusados. Em 8 de janeiro, a polícia prendeu Robson de Jesus Jordão, também de 33 anos, e localizou os quadros na casa em Ferraz de Vasconcelos. “A quadrilha não acaba por aí”, diz o delegado Adilson Marcondes. “Estamos ainda investigando outras pessoas que certamente participaram do crime.”