Presa gangue dos apartamentos

Jornal da Tarde - Quarta-feira, 7 de julho de 2004

qua, 07/07/2004 - 9h02 | Do Portal do Governo

Alexandre Kuntgen, o Japinha, Elber José Araújo Vidal e Douglas da Silva começaram a carreira no crime em outros Estados. Em São Paulo, especializaram-se no assalto a apartamentos de luxo e chegavam a torturar suas vítimas com choques e pontapés

Mariana Pinto

Três homens foram presos acusados de assaltar apartamentos de condomínios de luxo e durante os roubos torturar as vítimas com choques, socos e pontapés. Entre os agredidos estão uma senhora de 72 anos, portadora de osteoporose, o marido dela, de 73, e a empregada deles. Para falar onde estavam as jóias e o dinheiro, o casal sofreu espancamento e choques. Recém operada de câncer, a doméstica teve a bolsa de colostomia arrancada pelos bandidos.

De acordo com policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), Alexandre Kuntgen, o Japinha, 22 anos, Elber José Araújo Vidal, 21, e Douglas da Silva, 20, compõem uma quadrilha que inclui mais de dez pessoas. A polícia acha que os três fizeram pelo menos quatro assaltos.

O primeiro deles foi em março, quando o trio roubou um apartamento na Avenida Prestes Maia, no Centro. No mês seguinte, invadiram um edifício na Rua do Paraíso, Zona Sul. Em maio, assaltaram um prédio na Vila Maria, Zona Norte, e no mês passado roubaram um apartamento de um delegado na Rua Rodrigues Alves, Vila Mariana, Zona Sul. O trio ainda é suspeito de tentar furtar uma imagem de buda de um templo na Grande São Paulo. Segundo a polícia, a estátua é de ouro e pesa 80 kg. Preso na última sexta-feira no Centro, Vidal já foi condenado na Bahia por matar o vigia de um banco em um assalto.

‘Ele faz parte daquelas quadrilhas que roubam bancos e aterrorizam cidades do Nordeste’, disse o delegado Alberto Matheus Pereira, do Deic. A prisão de Vidal levou a polícia até Japinha e Silva. Os dois foram detidos segunda-feira, o primeiro na Liberdade, Centro, e o outro na Zona Norte. Com o trio havia sete celulares, 14 relógios, dois binóculos, cinco toucas ninjas, duas esmeraldas, quatro pedras semipreciosas, colares, um colete à prova de balas, radiocomunicadores e uma TV de 80 polegadas; além de dois revólveres 38 e duas pistolas: uma 9 mm e outra 380. As armas teriam sido levadas das vítimas. Segundo o delegado, o bando começou praticando assaltos em outros Estados e por isso era desconhecido da polícia paulista. Os bandidos costumam entrar pelas garagens dos prédios, rendendo quem chega.