Presa gangue do cartão que roubou R$ 4 mi do Banespa

Jornal da Tarde - São Paulo - Quarta-feira, 20 de outubro de 2004

qua, 20/10/2004 - 11h14 | Do Portal do Governo

Quatro dos cinco integrantes da quadrilha estão na cadeia: Alexandre Rodrigues da Silva, Almir Rosa de Oliveira e Sidney Silva Lage. O líder, Luciano Silva, está foragido. Eles clonavam cartões magnéticos de clientes do banco

RITA MAGALHÃES

O Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) desmantelou mais uma quadrilha de clonagem de cartões de banco. Dessa vez o bando é suspeito de dar um prejuízo de R$ 4 milhões ao Banespa. Com o lucro do crime, o líder do grupo já havia comprado uma casa lotérica, um posto de gasolina e uma casa de luxo na Praia Grande. A polícia vai requerer o seqüestro dos bens. Quatro pessoas foram presas por estelionato e formação de quadrilha.
As fraudes praticadas pelo grupo começaram a ser investigadas no mês de julho por policiais da Delegacia de Roubo a Bancos, a pedido de representantes do banco que constataram a duplicação ilegal dos dados bancários nas tarjas magnéticas de cartões eletrônicos dos correntistas.

As informações usadas nos cartões clonados eram conseguidas por meio da instalação clandestina de chips nos caixas eletrônicos. Com os cartões, a quadrilha atacava de três maneiras: adquirindo bens, pagando contas e sacando os saldos nas contas correntes.

Com o auxílio de interceptação telefônica, os policiais conseguiram identificar cinco integrantes do bando. Quatro deles foram presos e um, o líder Luciano Ferreira da Silva, está foragido.

As prisões começaram a ocorrer dia 4. Alexandre Rodrigues da Silva, Almir Rosa de Oliveira e Sidney Silva Lage foram presos em flagrante no estacionamento do Carrefour, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo). No carro de Sidney, um Polo, foram achados 108 cartões magnéticos.

Em seguida, os policiais foram à casa de Alexandre, onde encontraram mais oito cartões clonados e equipamento de informática, possivelmente usados para ler as informações ‘sugadas’ pelo chip clandestino.

Simultaneamente, outra equipe da Roubo a Bancos cumpriu mandado de busca e apreensão judicial na casa de Luciano e de seu sócio, Ricardo Carlos de Andrade, na Praia Grande. Na casa onde Ricardo foi preso foram apreendidos três chips de celular da TIM e dois cartões clonados. Segundo a polícia, ele era o responsável por trocar os chips dos celulares da quadrilha, a fim de dificultar o grampo telefônico feito pela polícia.

Luciano não estava em sua casa, mas lá os investigadores apreenderam vários eletrodomésticos que teriam sido comprados mediante a fraude. Ouvida, a mulher de Luciano contou que o marido havia comprado recentemente uma casa lotérica e um posto de gasolina – ambos na Avenida Presidente Kennedy, números 4.225 e 10.338, respectivamente – e uma casa na Praia Grande.

Durante as investigações, o delegado Ruy Ferraz Fontes descobriu que Luciano e Fábio, um outro comparsa, haviam sido presos em flagrante no dia 30 de julho, com mais de cem cartões clonados, por policiais do 7º DP de Santos. Dias depois, ambos conseguiram o relaxamento da prisão.

A polícia acha que o bando estava agindo havia pelo menos oito meses na Grande São Paulo.