Prêmio promove auto-avaliação

O Estado de S.Paulo - Segunda-feira, 14 de maio de 2007

seg, 14/05/2007 - 11h56 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Objetivo é fazer com que escolas públicas levantem seus problemas e busquem soluções

Sessões de massagem para atrair as mães, cursos de capoeira para aproximar os alunos e espaço para a opinião de todos. Graças a algumas receitas simples, mas criativas, o colégio estadual Anecondes Alves Ferreira, de Diadema, venceu no ano passado o Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar. Neste ano, as escolas públicas de São Paulo têm até o dia 30 de maio para entregarem o formulário de inscrição diretamente à diretoria de ensino. Cada Estado tem o seu prazo de inscrição.

A expectativa é que o número de participantes de São Paulo no prêmio ultrapasse os 330 registrados em 2006. Em todo o País, os colégios inscritos devem chegar aos 3 mil. Na primeira edição, em 1998, foram 1.540. O simples crescimento na quantidade de participantes já pode ser considerado uma vitória.

“O prêmio extrapola a idéia de um concurso, porque é baseado na auto-avaliação”, afirma Gilce Spaggiari, coordenadora do programa de Formação de Gestores da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. “À medida que a escola responde ao questionário sobre sua gestão, ela pensa sobre si mesma e, a partir disso, elabora um plano de melhorias”, explica.

Segundo Gilce, o colégio Anecondes Alves Ferreira venceu o prêmio no ano passado porque mostrou coerência entre o diagnóstico levantado e o seu plano de ação. “Ela virou referência porque faz uma ação diferenciada para suas necessidades.” A direção da escola percebeu o distanciamento dos pais e traçou estratégias para que eles se comprometessem com a educação dos filhos. “A gente fazia questionários de avaliação da escola, mas muitos pais não sabiam ler ou não se interessavam”, diz Mércia Aparecida Ferreira, diretora da escola.

Uma das soluções para melhorar a gestão participativa foi trazer os pais para bate-papos descontraídos. A cada semestre, cinco pais e um professor são colocados ao redor de uma mesa para conversar, enquanto comem salgadinhos e bolos, como numa festa. Mas o tema obrigatório é a escola dos filhos. “Numa comunidade carente, esse tipo de ação tem muito valor”, diz Mércia, que conseguiu parceiros para bancar os custos dos eventos.

O colégio de Diadema também faz questão de ouvir os alunos e sempre expõe os resultados no pátio. Os principais pedidos no último levantamento foram mais banheiros e bebedouros.

Para a coordenadora nacional do prêmio, Heloísa Lück, o diferencial das vencedoras tem sido a capacidade de superar criativamente as limitações. “Dificuldades todas as escolas públicas enfrentam, por isso o destaque é o empreendedorismo”, afirma. Heloísa garante que um dos caminhos para isso é participar do prêmio. “O questionário oferece um instrumento de auto-avaliação e orienta o trabalho da escola”.