Parceria entre setores público e privado vai atender ao pequeno e médio exportador
Priscila Néri
Fruto de uma parceria entre os setores público e privado, o Centro de Logística das Exportações (Celex), uma espécie de Poupatempo voltado ao pequeno e médio empresário que quer vender seus produtos no mercado externo, deve começar a funcionar a partir de abril do ano que vem. O local, um centro de convenções de 30 mil m² na Rodovia Imigrantes, em São Paulo, foi cedido pelo governo do Estado de São Paulo e integra um dos principais objetivos do Conselho Estadual de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Cericex), órgão formado por empresários e autoridades governamentais com o objetivo de estimular as exportações no Estado.
Coordenado pelo empresário José Américo Ribeiro dos Santos, da Companhia Nacional de Armazéns Gerais Alfandegados, o projeto está em fase de captação de recursos. “Propusemos a grandes empresas um financiamento do Centro em 28 cotas de R$ 500 mil, totalizando R$ 14 milhões”, explica Santos. “Mas com R$ 7 milhões já seria possível começar a operar”, acrescenta. Segundo ele, várias empresas já demonstraram interesse em participar do Celex. De acordo com o projeto, o Celex prestaria serviços como orientação sobre leis de comércio exterior em outros países, barreiras tarifárias e viabilidade de mercado, além de locação de espaços para eventos de promoção comercial e serviços de tradução.
O Celex é uma das diretrizes do Cericex, que prioriza também a parceria com a Investe Brasil (entidade sem fins lucrativos que tem como missão atrair investimentos estrangeiros), a Central de Atendimento ao Exportador (um call center que orienta, por telefone, empresários interessados em exportar), os arranjos produtivos locais (pólos de exportação no Estado), as missões comerciais a outros países e os Parques Tecnológicos.
Mais empenho – As medidas foram detalhadas ontem, em São Paulo, durante a terceira reunião do Cericex. Participaram do encontro o governador Geraldo Alckmin, o embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa, o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, João Carlos Meirelles, e lideranças do setor privado, como o presidente da BM&F, Manoel Felix Cintra Neto. As pequenas empresas estavam representadas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi).
O ministro Furlan aproveitou o encontrou para pedir mais empenho do setor privado para melhorar o ambiente econômico do País. “Tenho sentido que vários colaboradores privados perderam o ânimo de apoiar a Investe Brasil e passaram a agir com um certo corpo mole”, disse ele. “Faço um apelo pelo empenho de vocês”, acrescentou Furlan, apontando que as exportações paulistas têm crescido a um ritmo um pouco menor do que a média do Brasil. A exportação paulista totalizou US$ 20 bilhões em 2002, dos quais US$ 2,76 bilhões, ou 14%, corresponderam às empresas de pequeno porte. A meta para 2006 é elevar a exportação do Estado para US$ 30 bilhões e aumentar a participação das pequenas para US$ 7 bilhões, ou 23% do total.
