Porto de São Sebastião deve ter superávit de US$ 232 mi

ValeParaibano - São José dos Campos - Segunda-feira, 25 de abril de 2005

seg, 25/04/2005 - 9h00 | Do Portal do Governo

Previsão da Dersa é fechar o ano de 2005 com movimentação recorde de cargas

Salim Burihan
De São Sebastião

A movimentação de cargas pelo porto de São Sebastião deverá gerar um superávit recorde de US$ 232 milhões na balança comercial brasileira este ano. A estimativa é da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), responsável pelo porto. Em 2004, o superávit comercial foi de US$ 11 milhões.

Segundo o gerente do porto de São Sebastião, Paulo Rogério de Souza Almeida, o movimento recorde previsto para este ano deve-se à divulgação dos investimentos destinados à melhoria da infra-estrutura pelo Estado, agilidade nas operações de carga e descarga e às tarifas atrativas.

O gerente disse que, com as novas obras e a implantação do corredor de exportação previstos pelo Estado, a movimentação de cargas no porto deverá aumentar ainda mais (leia texto nesta página).

Almeida afirmou que este ano a movimentação de cargas destinadas às exportações e às importações deverá chegar a 570 mil toneladas, ou seja, 50% a mais que o volume movimentado em 2004, que foi de 380 mil toneladas.

Entre abril do ano passado e abril deste ano, foram exportados por meio do porto de São Sebastião 19.387 automóveis fabricados em São José dos Campos e São Caetano do Sul, no ABC paulista.

Os veículos foram exportados para o México –General Motors – e Argentina – Volkswagen e Fiat.

Segundo Almeida, as montadoras demonstraram interesse em exportar automóveis para o Chile e países da América Central.

Pelo porto de São Sebastião também foi feita a exportação de gado leiteiro para a Venezuela, caroço de algodão para a Espanha e de açúcar para Bangladesh, na Índia. Entre os produtos importados estão a barrilha, sulfato de sódio, malte e cevada.

TARIFAS – O porto tem atraído o interesse de empresas que fazem as operações de exportação por meio de Santos.

Um estudo feito pela empresa Frette e Cargo constatou uma redução de 30% nos custos, caso as exportações sejam feitas por meio de São Sebastião.

‘Enquanto que no porto de Santos, por exemplo, o navio chega a ficar atracado no cais por cerca de 25 dias esperando para ser abastecido, em São Sebastião a movimentação da carga é feita em apenas sete dias. Além disso, o porto de São Sebastião também oferece uma das menores tarifas’, afirmou o proprietário da empresa, Maurício Bunning Ricardo.

A empresa Frette e Cargo já exportou, desde o mês de março, 14 mil toneladas de açúcar – produzidas por nove usinas de São Paulo -, para Bangladesh, na Índia. O porto não realizava esse tipo de exportação desde 1995.

O Governo do Estado começou a investir no porto de São Sebastião em novembro do ano passado com a construção de dois dolphins – estruturas metálicas que permitem à atracação de navios de maior porte.

Para este ano estão previstas a construção de três novos armazéns, a pavimentação dos pátios – 60 mil metros quadrados – e a pavimentação das ruas internas do porto.

Segundo o gerente do porto de São Sebastião, Paulo Rogério de Souza Almeida, também estão previstas melhorias no plano de segurança do porto, que garantirá o certificado internacional de segurança e as obras de dragagem do cais do porto. Os investimentos chegam a R$ 12 milhões.

Dentro do projeto do novo corredor de exportação, previsto pelo governo do Estado por meio da Secretaria dos Transportes, estão programados novos investimentos no porto, da ordem de R$ 155 milhões, sendo R$ 100 milhões por parte da empresa que obter a concessão do local.

O projeto prevê a ampliação da estrutura do cais, com a construção de uma ponte de acesso em ‘L’, que permitirá a implantação de mais dois berços para atracação de navios e o aumento do calado – profundidade – do porto, que passará de 8,5 metros para 14 metros.

ESCOAMENTO – O projeto do corredor de exportação pretende criar uma rota de escoamento mais eficiente até o porto de São Sebastião para atender as empresas instaladas nas regiões de Campinas e do Vale do Paraíba.

O governo pretende definir a concessão do porto local até o mês de novembro.

O investimento total previsto até 2008 é de R$ 1,03 bilhão, sendo R$ 205 milhões do Estado, R$ 450 milhões pelas empresas concessionárias e outros R$ 375 milhões obtidos com a concessão das rodovias SP-65 e SP-70.

No projeto constam ainda a duplicação e a ampliação de rodovias e a implantação de contornos.