Pontos eletrônicos substituem as antigas bandeiras das praias

O Estado de S.Paulo - Quinta-feira, 5 de junho de 2008

qui, 05/06/2008 - 10h21 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

As bandeirinhas verdes e vermelhas que há 40 anos indicam as condições de balneabilidade das praias paulistas estão com os dias contados. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) começou a instalar ontem um sistema que informará se o mar está próprio ou impróprio para o banho por meio de totens luminosos.

Alimentados por energia solar, os totens de 4 metros de altura e com dispositivos de comunicação remota possibilitarão que as condições das praias estejam disponíveis logo após o resultado das amostras pesquisadas sair, adiantando a divulgação em até 48 horas.

Além de agilizar a transmissão da informação, o diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental da Cetesb, Marcelo Minelli, destaca como outra vantagem do sistema eletrônico a otimização do tempo gasto pelos funcionários que substituem as bandeiras. “Hoje a gente mantém uma equipe com especialização significativa que usava parte do tempo (25% a 30%) para trocar bandeiras”, explicou.

Orçado em R$ 1,5 milhão, o projeto é bancado pela Via Única Sinalizações, única empresa a apresentar uma proposta para a Cetesb após a publicação de convocação de interessados no Diário Oficial, no início do ano.

O diretor executivo da Via Única, Luis Henrique Nouizile, explica que o projeto foi desenvolvido pela empresa considerando as curvas que o arquiteto Oscar Niemeyer utilizou na Catedral de Brasília.

PONTOS DE MONITORAMENTO

O lançamento do sistema foi em Pitangueiras, no Guarujá. Outras cinco cidades – Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Ilha Comprida e Iguape – receberam seus primeiros totens ontem. “No Estado serão 155 pontos de monitoramento em 134 praias até o fim do ano”, disse Minelli. Na próxima semana, serão colocados os primeiros equipamentos no litoral norte. “Já serão instalados um em Ubatuba e outro provavelmente em Ilhabela.”

Os 155 pontos de instalação dos painéis são os mesmos onde existem as tradicionais bandeirinhas fincadas na areia. “É uma cobertura significativa. Em algumas praias, por causa da extensão e das características, temos mais de um ponto de monitoramento.”

O diretor explica que, para a escolha dos locais de coleta de amostras, a Cetesb considera critérios como freqüência da população exposta e a existência de fontes potenciais de contaminação. “A costa paulista se estende por 427 quilômetros, com 350 praias. Monitoramos 230 quilômetros semanalmente e até duas vezes por semana no verão.”

A definição das condições de balneabilidade também continuam iguais, unindo classificações do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da Organização Mundial da Saúda (OMS). Quando a qualidade do mar está boa ou excelente, a praia está própria, acendendo a luz verde do totem. Quando as condições são regular, ruim ou péssima, a praia está imprópria e a luz do painel fica vermelha.