Policiamento-modelo

O Estado de S. Paulo - Sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

sex, 20/02/2004 - 9h08 | Do Portal do Governo

Editorial

Há 18 meses, a Associação Paulista Viva e a Polícia Militar formaram uma parceria para resolver a primeira preocupação dos moradores e freqüentadores da Avenida Paulista – a falta de segurança. A polícia definiu que a melhor modalidade de policiamento para reduzir os índices de criminalidade da região seria o comunitário, baseado na proximidade da população local com os mesmos policiais, dia após dia. Os empresários e líderes comunitários reunidos na Associação Paulista Viva, por sua vez, financiaram a compra de 42 cabines para abrigar os soldados, especialmente selecionados (alguns bilíngües) para a missão de reduzir os índices de criminalidade na avenida-símbolo de São Paulo.

Os resultados dessa parceria não poderiam ser melhores e hoje são um exemplo a ser seguido em outros locais. Alguns tipos de crimes, como os homicídios, foram reduzidos em 100% na região; os atos infracionais cometidos por menores foram reduzidos em 52%; o estelionato, crime típico das áreas onde há grande circulação de pedestres, caiu 31%. E um novo hábito adquirido por uma antiga moradora da Paulista ilustra o nível de integração entre a comunidade e a polícia: todos os dias, britanicamente às 17 horas, ela sai à rua para servir chá aos policiais que guarnecem duas guaritas instaladas próximo de sua residência.

Essa experiência será, por determinação do governo estadual, expandida para o centro da cidade, com a instalação de 200 cabines no Anhangabaú, Praça da República, Praça da Luz, ruas de Santa Cecília e outros locais. Em seguida, os centros comerciais de bairros como a Lapa e Pinheiros serão beneficiados e, futuramente, o policiamento comunitário nos moldes do existente na Paulista seguirá para cidades como Campinas e Guarulhos.

As primeiras 15 cabines da Avenida Paulista foram instaladas em setembro de 2002. Com o aumento do policiamento, os marginais migraram para ruas próximas, principalmente a Alameda Santos e a Rua São Carlos do Pinhal.

Foram dali prontamente deslocados com a instalação de outras 16 cabines. Nos últimos meses, a Associação Paulista Viva adquiriu mais 11 cabines, reduzindo substancialmente a possibilidade de atuação dos ladrões, estelionatários e trombadinhas na região. Agora, aguarda a liberação de mais soldados por parte da Polícia Militar para instalar novas unidades. Dois trailers do policiamento comunitário da PM funcionam como pontos fixos de atendimento nas extremidades da Avenida Paulista durante 24 horas por dia, com 21 homens.

Além de financiar e manter esses equipamentos básicos, a Associação Paulista Viva se preocupa em melhorar as condições de trabalho e de conforto dos policiais. Todas as unidades já estão interligadas por rede de comunicação e a instalação de circuitos de TV deverá ser o próximo investimento da Associação para auxiliar o trabalho da PM.

A Polícia Militar e a Associação Paulista Viva, utilizando recursos financeiros mínimos, estão demonstrando que, com cooperação e espírito comunitário, podem ser obtidos grandes resultados.