Polícia vai fazer blitze nas escolas

Jornal da Tarde - 30/4/2002

ter, 30/04/2002 - 9h56 | Do Portal do Governo

O governador Geraldo Alckmin aprovou ontem o novo plano de segurança para as escolas estaduais da capital. Entre as medidas estão a realização de blitze nos finais de tarde e câmeras de vídeo ligadas com os batalhões e delegacias próximas dos colégios, além de zeladores ‘agentes de segurança’

O governador Geraldo Alckmin aprovou ontem o novo plano de segurança para as escolas estaduais da capital, que foi feito pelas secretarias estaduais da Educação e Segurança Pública. Entre as medidas para serem aplicadas nas 1.039 escolas estaduais da capital está a realização de blitze no final das tardes.

O governo quer uma presença maior da polícia nas escolas que estão em regiões violentas e pretende colocar câmeras de vídeo ligadas com os batalhões e delegacias próximas dos colégios.

Segundo os secretário da Segurança, Saulo de Abreu, e da Educação, Gabriel Chalita, a decisão de realizar blitze nos colégios deve causar ‘certa controvérsia’. ‘É melhor ter uma aluno muito vigiado, mas um aluno vivo, do que essa preocupação excessiva com a invasão de privacidade’, diz Chalita.

Segundo Saulo de Abreu, as blitze devem acontecer por volta das 18h, considerado o horário crítico.

O plano conjunto das duas secretarias também prevê o aumento da frota de carros da ronda escolar, a diminuição de tempo de passagem dos carros de polícia nas escolas e a permanência de policiais em 375 escolas. As que não quiserem os policiais poderão utilizar seus zeladores que vão virar ‘agentes de segurança’.

‘Percebemos que algumas diretoras preferem quer os policiais não fiquem nas escolas, pois alegam que eles criam um clima estranho. Por isso, pensamos em usar os zeladores como nossos aliados’, explica o secretário da Segurança Pública, Saulo de Abreu.

‘O governador também deu a opção de podermos contratar vigias para as escolas, que ficariam com walk-talkies em contato com os batalhões’, disse Chalita. Essas contratações podem ser feitas por qualquer uma das duas secretarias.

Embora confirme que foi feito um mapeamento das escolas mais violentas, Saulo de Abreu prefere não divulgar o nome dos colégios. ‘Corremos o risco de ao divulgar o nome de uma escola acabar estigmatizando os alunos’, revela. A Secretaria da Segurança Pública tem 1.020 policiais destacados para as 1.039 escolas da capital.

O policiamento fixo é feito em 345 estabelecimentos. Outras 245 escolas são atendidas pelo patrulhamento normal, enquanto que a ronda escolar é feita em 415. ‘Atualmente, a ronda escolar é feita em até 40 minutos, na pior das hipóteses, levando em conta trânsito lento, buracos, ruas de terra. Com a aquisição de 300 novos carros, vamos reduzir esse tempo para, no máximo, 15 minutos’, promete o secretário.

O secretário da Educação, Gabriel Chalita, se encontrou ontem à noite com o governador, quando apresentou as medidas de segurança e também as novas medidas pedagógicas que vão ser feitas para auxiliar no combate à criminalidade nas escolas.
‘Vamos capacitar cerca de 1.000 assistentes pedagógicos e cerca de 200 mil professores, por meio de teleconferências, para desenvolver uma estratégia de afetividade a ser criada em nossas escolas’, revela Chalita.

Segundo ele, essa é uma tendência mundial que vem sendo seguida em outros países. ‘Muitos alunos utilizam a escola como um catalizador de sua agressividade. Eles precisam de afeto e isso vão encontrar na escola’, diz o secretário.

O afeto pode vir dos professores e assistentes, por meio de conversas, como de atividades físicas. Por isso, o governador autorizou ontem a contrução de coberturas em 300 quadras poliesportivas e a realização de convênios entre a Associação Parceiros do Futuro e 400 escolas na Região Metropolitana.

Ele afirma que o governador revelou estar muito preocupado com a violência nas escolas e quer medidas rápidas para evitar novos problemas.

‘O governador aprovou o plano de segurança e pedagógico sem qualquer restrição. A preocupação dele é mostrar que escola é um local sagrado’, explicou Chalita.

Fernando Lancha

Jornal da Tarde