A Polícia Rodoviária espera um verão mais tranquilo nas estradas paulistas este ano. É que em outubro próximo, mais 397 soldados se formam e serão deslocados para os pontos de maior índice de criminalidade. A informação é do comandante da Polícia Rodoviária do Estado, Romeu Takami. Até o final do ano, ainda serão incorporados ao efetivo outros 139 policiais cedidos pela Polícia Militar, mas estes já têm destino definido, as regiões de Araraquara e Riberião Preto.
Além do aumento do efetivo, que hoje conta com 3.036 policiais, a corporação também terá sua frota de viaturas renovada com o envio de 350 veículos das secretarias Nacional e Estadual de Segurança Pública, o que deve tornar o trabalho da polícia mais eficiente.
Takami afirma que ainda não está definido o número de soldados que serão enviados para cada região. Mas adianta que o Sistema Anchieta/Imigrantes (SAI), que serve a Baixada Santista, ‘receberá um reforço considerável’.
As estradas do Estado, que somam 24 mil quilômetros, registraram 1.300 casos de roubos em 2001, 1.255 em 2002 e, este ano, já são 650. Desde o início do ano, 290 armas foram apreendidas e ainda ocorreu a apreensão de 5.300 quilos de maconha.
Para o comandante, o índice mostra que a Polícia está mais atuante diante desses crimes. ‘A frota cresceu, mas os números se mantêm’, afirma. Ele explica que há dois anos, a Polícia Rodoviária está se voltando mais para a segurança do cidadão, em vez de se preocupar apenas com a fluidez do tráfego. Isso porque o crime também migrou para as rodovias.
Quanto aos problemas das passarelas de pedestres, de onde os ladrões costumam atirar objetos sobre os carros para fazê-los parar, o comandante informa que estão sendo instaladas telas nas passarelas que vêm registrando este tipo de delito. O material é resistente e serve de barreira contra os objetos.
Vacina
Takami alerta que os usuários das rodovias também podem colaborar para combater a criminalidade nas estradas, como não parar o carro por qualquer motivo, nem para as necessidades fisiológicas. ‘Ninguém quer tomar a vacina, mas o remédio pode ser muito mais caro’, compara.
Ele pede que as concessionárias dos sistemas rodoviários dêem maior atenção ao detritos nas vias. ‘O ladrão não traz pedra e caibro de casa para roubar na rodovia, ele encontra esses materiais no próprio local. No morro do Pica-Pau, em Cubatão, por exemplo, demoliram umas casas e o entulho está todo lá’, reclama.
O comandante lembra que, no SAI, as 80 câmeras instaladas pela Ecovias vêm facilitando o trabalho da polícia no sistema, exemplo que deveria ser seguido por outras concessionárias. ‘Temos um policial 24 horas na central de monitoramento da Ecovias’, informa.
